ONG ilumina comunidades carentes na Amazônia

A região norte do Brasil é onde há maior dificuldade de acesso à energia elétrica

Postado em: 30-07-2016 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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A região norte do Brasil é onde há maior dificuldade de acesso à energia elétrica

Provando que é possível aliar tecnologia e preservação, a Amazônia será iluminada de um jeito inusitado. As comunidades ribeirinhas da região contarão com soluções ecológicas e economicamente sustentáveis para obter luz, através do uso de garrafas pet, além de energia solar para iluminar as casas. A dificuldade de instalação de redes de transmissão obriga muitas cidades da região a depender de fontes poluentes, como a energia térmica, através da queima de diesel. 

A tecnologia que será empregada tem sua origem na ideia desenvolvida em 2002 pelo mecânico mineiro Alfredo Moser. Ele encontrou uma solução para iluminar sua casa com a invenção apelidada de “lâmpada engarrafada”. Para produzir a lâmpada basta pegar uma garrafa PET transparente de dois litros e encher com água e mais duas tampinhas de água sanitária (para a água não ficar turva com o tempo).

Alocadas em pequenos buracos nos telhados, as garrafas recebem luz solar na parte superior e, por meio do efeito de refração, os raios se espalham e iluminam a parte interna do ambiente, equivalendo à claridade de uma lâmpada de entre 40 a 60 watts. A repercussão foi tamanha, e a engenhoca de Moser foi tema de uma reportagem do Globo Repórter em 2008. No mesmo ano, a empresa de energia Ampla instalou na casa da população de baixa renda, para ajudar-lhes a diminuir o valor da conta de energia, e tem conseguido êxito na proposta.

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A ideia inovadora do brasileiro ganhou escala nove anos depois de sua criação, nas Filipinas, a partir das mãos do filipino Illac Diaz, um ativista que iniciou diversos projetos sociais e ecológicos. As lâmpadas ajudaram a iluminar o dia a dia de milhares de pessoas, o que resultou na criação da ONG Literof Light em 2011, ganhando prêmio Nobel de energia sustentável e adeptos em outros 21 países.  No Brasil, a Litro de Luz já ajudou a iluminar Santa Catarina, Rio de Janeiro e São Paulo. Na Amazônia, serão investidos US$ 100 mil dólares nas luzes, além de R$ 30 mil por meio de verba da BrazilFoundation – entidade  que mobiliza recursos numa rede global de apoiadores para ideias eações que promovam a igualdade, ajustiça social, oportunidades, enfim, que transformam o país. Mais de 1 milhão de casas foram iluminadas com sua invenção ao redor do mundo.

A iluminação por meio de garrafa pet, água e alvejante tornou a vida dos moradores mais simples e seguras, além de reduzir o número de quedas e aumentar a socialização entre moradores. A comunidade também participa de capacitação para que consigam implantar novos modelos. Além da lâmpada diurna, há também o modelo de lâmpada noturna, que é feita com materiais acessíveis como canos de PVC e vem acoplada com uma pequena placa solar para iluminar principalmente os postes de luz.

A economia gerada pelas soluções empregadas supera o seu custo em apenas três meses e ainda possibilita a redução de cerca de 250 quilos na emissão anual de dióxido de carbono (CO2).   

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