Prefeitura vai identificar grandes poluidores

Levantamento das emissões de gases do efeito estufa vai possibilitar controle e cumprimento de compromisso assumido na COP21

Postado em: 04-08-2016 às 08h00
Por: Redação
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Levantamento das emissões de gases do efeito estufa vai possibilitar controle e cumprimento de compromisso assumido na COP21

Deivid Souza

Goiânia terá um inventário ambiental. O levantamento, a ser realizado por uma empresa contratada, vai apurar as fontes geradoras de Gases do Efeito Estufa (GEE) com base nas diretrizes do IPCC (Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas). O trabalho também vai: instituir um programa de monitoramento da qualidade do ar no município; verificar os créditos de carbono das áreas verdes e apurar as emissões do aterro sanitário.

A Empresa Brasileira de Serviços e Consultoria Ambiental (Embrasca), de Goiânia, venceu o processo licitatório e terá oito meses para realizar o trabalho que custará R$ 1,5 milhão. Os serviços devem ser iniciados no próximo ano. Os resultados servirão para que programas de controle das emissões possam ser formatados. A medida está em sintonia com o compromisso brasileiro assumido na última conferência do clima, a COP21. O Brasil deve reduzir em 37% até 2025 e em 43% até 2030 a emissão de GEE.

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Os emissores que desrespeitarem os limites estabelecidos pelo Conselho Nacional de Meio Ambiente (Conama) serão orientados a se adequarem às normas ambientais vigentes. No entanto, não está descarta a aplicação de sanções administrativas e financeiras aos maiores poluidores. Entre as medidas mitigadoras da poluição, está o implemento de ações de expansão da arborização na capital.

Atualmente, a capital tem 15.506.677 de metros quadrados de áreas preservadas. “Goiânia tem um grande número de áreas verdes e parques, são regiões que nós estamos tentando preservar, justamente por essa questão de indústria de florestas, até para dirimir essas emissões dos gases produzidos”, ressalta o diretor de Gestão Ambiental da Agência Municipal do Meio Ambiente (Amma), Daniel Carvalho.

O coordenador do Mestrado Acadêmico em Desenvolvimento e Planejamento Territorial da Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC-GO) e professor do Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia de Goiás (IFG), Antônio Pasqualetto, lembra que os GEE são responsáveis por várias situações que afetam o dia a dia no Planeta Terra como a acentuação de fenômenos como o El Niño.

“Outro gás que temos que ter atenção é o ozônio (O3). Ele (o ozônio) é benéfico se ele estiver lá em cima, mas se estiver embaixo, na atmosfera, a um ou dois metros de altura ele é extremamente oxidante e causa problemas de envelhecimento precoce e câncer de pele”, alerta.

Caminho certo

Paqualetto avalia que Goiânia tem adotado outras medidas importantes que contribuirão para a sustentabilidade. “Recentemente nós tivemos avanços com a cobrança na coleta de resíduos em atenção à Política Nacional de Resíduos Sólidos, houve introdução das ciclovias, alteração do código de posturas de modo a estimular o pagamento das empresas que poluem, que terão que pagar cotas de florestas e parques urbanos”, frisa.

A Amma estima que cemitérios, transportes e o aterro sanitário sejam as maiores fontes emissoras de GEE. Para o aterro sanitário, o inventário vai possibilitar a análise de viabilidade técnica do aproveitamento do biogás e geração de energia limpa. A Prefeitura de Goiânia estuda a possibilidade de implantação de uma usina de aproveitamento dos resíduos para reduzir o volume do aterro que tem vida útil estimada em cinco anos como O HOJE publicou no dia 20.

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