Cuidados na hora de ‘caçar’ Pokémons

Pokémon Go chegou ao Brasil na última quarta (03) e já tem rendido acidentes e assaltos aos usuários. Em Goiânia, um estudante de direito, de 22 anos, foi assaltado na quarta-feira à noite, quando jogava com a namorada em frente ao Ginásio Goiânia Arena, no Jardim Goiás, um dos ‘pokéstop” (pontos para os jogadores encontrarem pokémons) da cidade.
Na última quinta (04), dois jogadores foram abordados na Praça Universitária por volta das 23 horas. Mesmo com a presença das viaturas da Polícia Militar, os bandidos não se intimidaram e tentaram assaltar os amigos nas proximidades da 5º Avenida, que reagiram e correram em direção aos policiais. 
Na tarde de ontem (05), era possível identificar com facilidade “mestres Pokémon” jogando pelo Parque Vaca Brava. Felipe Sodré, 19, era um deles. Fã de Pokémon desde a infância, ele tem jogado desde que o aplicativo foi liberado no país e não anda mais sem o seu carregador portátil. Ele já está ciente dos perigos que envolvem o jogo e procura não correr riscos, “eu tenho evitado o Centro de Goiânia e procuro por locais mais tranquilos como o parque, durante à tarde, de preferência”, afirma. 
Isabela Poeys, 23 e Érick Vinicius, 24, também optam por jogar durante o dia, em parques e praças, locais que sejam mais movimentados. Por se tratar de realidade aumentada, uma tecnologia que mescla imagens do mundo real com o virtual, o jogo proporciona ao usuário a possibilidade de caminhar pelas ruas e pontos da cidade, com algumas limitações geográficas, para capturar os Pokémons, o que pode ser algo muito perigoso. 
De acordo com Ivan Hermane, vice-presidente da Associação Brasileira das Empresas de Segurança, com o celular exposto por mais tempo e com a necessidade de deslocamento, o usuário torna-se mais suscetível a roubos. Ele também chama a atenção para os acidentes de trânsito, pois as chances de atropelamento aumentam. “É ainda inadmissível que o usuário jogue ao volante, colocando a sua própria vida e a de outras pessoas em risco”, diz. 
Existe ainda a possibilidade de jogadores entrarem indevidamente em locais proibidos e privados, como casas por exemplo. Nesses casos, a pessoa pode até responder por crime de invasão à propriedade e colocar em risco a própria vida, uma vez que se torna passível de ser confundida com um assaltante. “O ideal é jogar com amigos, durante o dia, em lugares que tenham o maior número de pessoas”, reforça Ivan.