Quinta-feira, 01 de agosto de 2024

A vez das crianças nas academias

Estabelecimentos investem em modalidades específicas para os pequenos e ampliam faturamento

Postado em: 06-08-2016 às 06h00
Por: Redação
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Estabelecimentos investem em modalidades específicas para os pequenos e ampliam faturamento

A redução do nível de atividade física das crianças se tornou um problema sério. Cada vez mais conectadas e morando em apartamentos e casas menores, os pequenos têm menos disposição para correr, pular ou brincar. Por outro lado, alguns pais estão investindo em atividades nas academias. Algumas enxergaram nesta realidade uma chance de ampliar o faturamento. Em uma delas, no Setor Marista, aproximadamente 15% dos alunos têm menos de 12 anos.
O filho da autônoma, Lidia Cintra Rodrigues, 34, pratica karatê há três anos. O João Felipe, 9, tem muita energia para gastar e a mãe pensou bastante antes de escolher a atividade. “É uma questão de saúde, ele tem tempo para gastar energia além da escola. Eu escolhi o karatê por não ser uma atividade agressiva”, justifica.
O empresário, Murilo Garcez, proprietário da academia Prime Gyn, explica que as modalidades muay thai, karatê, balé e box infantil são pensadas para atender ao público infantil. No box, por exemplo, não há troca de golpes. “Com certeza, toda criança que faz algum tipo de arte marcial aprende valores que vão do tatame para a vida, a criança aprende respeito, disciplina, ganha autoconfiança coisas que a arte marcial ensina”, destaca Garcez.
Ele afirma ainda que, embora os custos operacionais sejam maiores, o valor das mensalidades são inferiores às dos adultos. Atualmente, 15% dos alunos dele são crianças a partir dos quatro anos de idade. Uma das estratégias do empresário para atrair clientes é organizar uma agenda que permita pais e filhos na academia no mesmo horário. “Nós procuramos oferecer o karatê para a criança e um treino específico para as mães simultaneamente. Com isso, os pais aproveitam para trazer a família toda, ganham tempo de deslocamento e mais momentos da família juntos”, explica.
A questão das atividades das crianças é um tema que preocupa educadores e especialistas em saúde. A má-nutrição afeta 7% das crianças e a obesidade 20% deste público. A erradicação da fome e a alimentação saudável compõem um dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, promovidos pela ONU.
Esta semana, durante a segunda edição do evento Nutrição para o Crescimento, o Brasil se comprometeu a fortalecer estratégias para a promoção da saúde, da alimentação saudável e da boa nutrição.
Outra iniciativa é um projeto de lei que passou pela Assembleia Legislativa de Goiás visa incluir brincadeiras antigas como pular corda nas recreações oferecidas pelas instituições de ensino. De autoria do deputado Tales Barreto (PSDB), o texto aguarda sanção do governador Marconi Perillo para entrar em vigência.

Alerta
No Brasil, 33,5% das crianças de cinco a menores de nove anos apresentam excesso de peso, de acordo com a Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) 2008-2009. O mesmo percentual atinge os adolescentes brasileiros de 12 a 17 anos com sobrepeso (33,5%), sendo que 8,4% estão obesos, segundo o Estudo de Riscos Cardiovasculares em Adolescentes, ERICA -2015.

Foto: reprodução (vivomaissaudavel.com.br)

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