Goiás é entreposto utilizado por traficantes, diz PRF

Só nas rodovias federais que cortam o Estado foram apreendidas mais de 5 toneladas de drogas em menos de três anos

Postado em: 09-08-2016 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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Só nas rodovias federais que cortam o Estado foram apreendidas mais de 5 toneladas de drogas em menos de três anos

A Polícia Rodoviária Federal (PRF) em Goiás apreendeu, de janeiro de 2014 a julho deste ano, 575 quilos de cocaína, 5,3 mil toneladas de maconha, 11,2 quilos de crack, 15,7 mil comprimidos de anfetamina e 106 mil pacotes de cigarros na rodovias federais que cortam o Estado. Nesse período, 151 pessoas foram detidas por tráfico de drogas, contrabando ou descaminho.  Foram cumpridos 115 mandados de prisão.
Os dados, do Núcleo de Comunicação Social da instituição, confirmam que Goiás tem se transformado no novo corredor do contrabando, conforme reportagem publicada ontem pelo O HOJE, intitulada “BR-153 – Novo corredor do tráfico”. A instituição diz que o Estado, por isso mesmo, acaba se transformando em entreposto utilizado por traficantes.
Somente nos últimos sete meses foram apreendidos 104 quilos de cocaína, 1,4 mil toneladas de maconha, 128 quilos de crack, 15,4 mil comprimidos de anfetamina e 93,7 mil pacotes de cigarros. Nesse período, parte do contingente da PRF e da Polícia Federal, foi deslocada para o esquema de segurança dos Jogos Olímpicos no Rio de Janeiro e em outras praças esportivas.
Reforçam essa constatação outros números apresentados pela PRF, que, no mesmo período, deteve 30 pessoas por tráfico de drogas, outras 11 detenções por roubo ou furto de veículos, e ainda o cumprimento de 43 mandados de prisão.
Em e-mail enviado ao O HOJE, o Núcleo de Comunicação confirma que alguns policiais rodoviários federais foram enviados para compor as equipes que atuam na segurança das Olimpíadas, sem precisar o número exato. “Os policiais selecionados possuem cursos de especialização em áreas de interesse para o evento, como grupamento de choque, atendimento hospitalar, motociclistas para policiamento e batedores. Para equilibrar o afastamento de parte do efetivo, foram canceladas férias durante o período, não prejudicando o serviço prestado”.
No caso específico do contrabando na RR-153, a PRF informa que não foi possível obter dados especificamente da rodovia no sistema. “A rodovia, que liga o país de Norte a Sul, por vezes é utilizada por criminosos para escoamento dos ilícitos, e o estado de Goiás, por estar no centro do país, é um entreposto utilizado por traficantes”, diz a nota.
Explica que o descaminho que tem origem na região Sudeste do país, e destina-se à região Norte, também utiliza-se da rodovia para ser transportado, mas que não há evidências de alterações no transporte de ilícitos e mercadorias irregulares concentrando na BR nos últimos anos.

Combate à exploração de crianças e adolescentes

A nota também pontua que a missão da PRF é a de promover segurança qualificada pela cidadania nas rodovias federais e áreas de interesse da União, e que a instituição desempenha inúmeras e diversificadas atribuições, que vão além do patrulhamento das BRs, desde o atendimento e socorro às vítimas de acidentes, passando pela fiscalização e educação no trânsito até o enfrentamento à criminalidade e à violação dos direitos e dignidade da pessoa.
“Para retornar à sociedade um serviço de excelência, a PRF busca otimizar e aprimorar suas formas de atuação, proporcionando maior eficiência no serviço prestado”, afirma. Diz que os policiais utilizam estudos estatísticos para atuar nos horários, locais e dias da semana mais propícios à ocorrência de acidentes.
Quanto ao combate ao tráfico de drogas, a nota assegura que ele é feito nas abordagens rotineiras e em operações específicas – por vezes com apoio dos cães farejadores-, considerando também a rota, os dias e horários utilizados por criminosos.
A Polícia Rodoviária também tem trabalho efetivo de enfrentamento à exploração sexual de crianças e adolescentes. Para tanto, são feitos levantamento dos pontos mais vulneráveis, para que depois sejam promovidas ações de repressão. “Portanto, o trabalho de prevenção, fiscalização e repressão acontecem de maneira simultânea e se completam, de forma que não podem ser dissociados, caracterizando a forma de atuação da PRF”.

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