Segunda-feira, 08 de julho de 2024

Operários são soterrados em obra

Dois operários foram soterrados ontem à tarde, enquanto trabalhavam na obra de ampliação de uma clínica especializada em fisioterapia no Setor Sul,

Postado em: 11-08-2016 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
Imagem Ilustrando a Notícia: Operários são soterrados em obra

Dois operários foram soterrados ontem à tarde, enquanto trabalhavam na obra de ampliação de uma clínica especializada em fisioterapia no Setor Sul, em Goiânia. Até o fechamento da edição, um deles – Carlito Francisco dos Santos, 39 – foi encontrado sem vida e a outra vítima, Wender César de Oliveira, ainda não tinha sido resgatada pelo Corpo de Bombeiros. Eles realizavam uma perfuração no alicerce da construção, quando houve um deslocamento de terra por volta das 14h. 
Testemunhas ouvidas por O HOJE alegam ter escutado forte estrondo, seguido de gritos desesperados dos 10 operários que trabalhavam no local. A construção, que fica na esquina da Avenida 87 com a Rua 124, era recente e as vítimas realizavam os primeiros passos para a construção das fundações, quando a terra cedeu, provocando o soterramento dos trabalhadores. A empresa responsável pela construção liberou os sobreviventes logo em seguida. Nem a construtora e nem a clínica quiseram se posicionar sobre o acidente.
Com a chegada do Corpo de Bombeiros, da Polícia Militar (PM) e dos agentes da Secretaria Municipal de Trânsito (SMT), o local foi isolado. Logo após a chegada da reportagem de O HOJE, a família de Carlito Santos chegou à obra. A esposa Zélia Santos, 40, não segurava o desespero de ter perdido o marido e pai de quatro filhos adolescentes do casal, com idades entre 11 a 17 anos. Santos era natural do Piauí e também tinha um filho de 23 anos, fruto de outro relacionamento. “Ele trabalhava com fundações desde quando nos conhecemos, vinte anos atrás. Era um bom trabalhador e um bom pai”.
De acordo com o responsável pela operação de resgate, tenente-coronel Alculano Calixto, Santos não estava usando equipamento de proteção individual (EPI). O operário foi encontrado em pé e içado para a superfície por volta de 17h, mais de duas horas após o início do resgate. A outra vítima, identificada como Wender, ainda não tinha sido resgatada até a finalização da reportagem.
“A terra está fofa, numa faixa de terra de 5 a 6 metros e diâmetro reduzido e ainda há risco de desmoronamento. Estamos usando a retroescavadeira para afastá-la em um procedimento delicado, que requer paciência e cuidado por parte da equipe. Numa operação como essa e nas condições encontradas, é difícil achar sobrevivente”.

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