Mortes por dengue no tempo seco chegam a 30%

O armazenamento inadequado de água é o principal fator dos casos de dengue no período

Postado em: 12-08-2016 às 06h00
Por: Redação
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O armazenamento inadequado de água é o principal fator dos casos de dengue no período

O clima tipicamente seco do Cerrado é sentido com mais intensidade durante os meses de junho a agosto, quando o inverno traz valores baixos de umidade, alcançando níveis extremos em algumas regiões do Estado. Nesse contexto, ao contrário do que se imagina, casos de dengue são registrados em números altos para o período, cerca de 300 ocorrências por semana em todo o território estadual. A porcentagem de óbitos alcança a margem de 30 a 35%, contra 70% no período chuvoso. 
De acordo com o coordenador-geral de Ações Estratégicas em Dengue da Secretaria da Saúde, Murilo do Carmo, houve uma redução de 18% dos casos de dengue em relação ao mesmo período do ano passado, mas não de mortes. Por se tratar de um período seco, o número de óbitos registrados torna-se mais preocupante e requer um olhar especial para a situação, tanto das autoridades quanto da população.

Armazenamento 
Um fator problemático da questão está no armazenamento inadequado da água, feita por moradores de regiões do Estado em que não há distribuição efetiva de água, ocasionando a sua falta. “Essa característica peculiar favorece a proliferação do mosquito Aedes em municípios pequenos, que não são atendidos pela Saneago, não possuem concessionária própria de saneamento e sofrem com a estiagem”, informa Murilo. 
Dessas localidades, destacam-se o entorno do Distrito Federal e regiões metropolitanas de Goiânia, onde as caixas d’água não são vedadas corretamente. Ainda de acordo com Murilo, existem alguns municípios dormitórios no entorno do DF que possuem grande número de quitinetes e “barracões” para aluguel que ficam vazios e esquecidos por muito tempo, acumulando focos em vasos sanitários e nas caixas que armazenam água. 

Óbitos
Somente este ano, cerca de 98 mortes estão sendo investigadas sob a suspeita de dengue. Apesar da porcentagem, o coordenador Murilo do Carmo não soube precisar quantas mortes já foram confirmadas este ano e que ainda existem óbitos do ano passado que podem ter sido ocasionados pela dengue que cabe à investigação do comitê responsável. 

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Campanha
Desde janeiro deste ano, quando a campanha Goiás Contra o Aedes iniciou os trabalhos, cerca de 10 milhões de imóveis foram visitados no Estado. A cada 100 casas, 4 continham focos da dengue. Segundo Murilo, o intenso trabalho contribuiu para a redução dos focos. Para que a diminuição continue, Murilo orienta: “caso algum morador presencie criadouros do Aedes Aegypt, é importante que ele se reporte aos controles setoriais do seu município e solicite um agente”. 

Vacina
Desde o fim de julho já está disponível no Estado a primeira vacina contra a dengue, mas apenas na rede particular de saúde. O valor da dose chega a R$ 300 reais e não há previsão de disponibilização pelo Sistema Único de Saúde (SUS). No entanto, a Associação Brasileira de Clínicas de Vacina (ABCVAC) recomendou às instituições que aplicam a vacina, a suspensão das doses até que fosse feita uma reunião com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), para discutir a alta cobrança da dose e do serviço prestado. 

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