Tarifa de ônibus na Grande Goiânia pode chegar a R$ 4 em 2017

Reajuste aos trabalhadores e outros custos podem pressionar o valor da passagem no ano que vem

Postado em: 17-08-2016 às 06h00
Por: Redação
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Reajuste aos trabalhadores e outros custos podem pressionar o valor da passagem no ano que vem

Afastada definitivamente a hipótese de greve dos motoristas do transporte coletivo na Grande Goiânia, surge uma previsão nada animadora para os usuários do ônibus: o reajuste de 11,08% no salário base, e de 20% no vale-alimentação aprovados ontem em audiência de conciliação no Tribunal Regional do Trabalho de Goiás (TRT-GO), somados aos custos de manutenção do serviço, reposições inflacionárias, a remuneração contratual aos rodoviários e a queda no quantitativo de passageiros transportados, podem elevar a tarifa do sistema para algo em torno de R$ 4 a partir de fevereiro de 2017.
Caso o cenário se confirme, o aumento seria em torno de 10%. O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), medido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), acumulado dos sete primeiros meses do ano foi de 4,96%. A passagem foi majorada esse ano em 12,1% – de R$ 3,30 para R$ 3,70 – enquanto o IPCA de 2015 foi de 10,67%. A tarifa técnica apurada pela CDTC foi de R$ 3,74394, arredondada para R$ 3,70.
O HOJE divulgou ontem que o número de passageiros transportados vem diminuindo. De acordo com o presidente do Sindicato de Empresas de Transporte Coletivo Urbano de Passageiros de Goiânia (SET), Décio Caetano, somente no primeiro semestre de 2016 houve redução de 11%. Em todo o ano passado, o percentual foi de 9%. 
A queda tem reflexos diretos na composição do custo. Com menos usuários transportados e sem nenhum tipo de subsídio do Poder Público, a passagem tende a ficar mais cara. Para o professor Marcos Rothen, especialista em engenharia de transporte, apesar de não ser possível precisar um valor exato, a possibilidade do preço do ônibus atingir um valor próximo de R$ 4 é muito alta. 
“Enquanto o Poder Público não tiver pulso e agir com firmeza, para criar condições de atratividade para os passageiros, com investimentos maciços em obras de mobilidade e uma tarifa acessível, vamos continuar a lidar com um cenário nebuloso. Enquanto isso, os empresários mostram-se pouco ousados, mais preocupados com suas rentabilidades do que prestar um serviço de qualidade”.

Ganha Tempo

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Após idas e vindas, os embargos de declaração interpostos pelo SET contra a volta do Ganha Tempo serão julgados hoje pela 2ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Estado de Goiás (TJGO). Caso sejam considerados improcedente pelos membros da câmara, a decisão do desembargador Carlos Escher determinando a volta imediata do serviço passará a vigorar imediatamente.
O programa, iniciado em junho de 2013, permitia a integração em até três ônibus pagando uma tarifa única em um período de 2h30. No entanto, uma decisão liminar do juiz Jeronymo Pedro Villas Boas, o suspendeu em janeiro de 2014. Ao solicitar a suspensão da iniciativa, os rodoviários alegaram desequilíbrio financeiro. Escher acolheu a alegação do advogado Bruno Pena, que argumentou que as empresas não apresentaram provas da questão econômica. 
Pena, procurado por O HOJE, acredita que a decisão será positiva. “As empresas buscam justificativas insustentáveis para manter a interrupção do Ganha Tempo. O próprio Judiciário já entendeu que não há base legal para a suspensão de algo benéfico à população.
Apesar do tempo de tramitação, a ação ainda não teve o mérito avaliado. A reportagem entrou em contato com a SET e a CMTC, porém as ligações não foram atendidas até o fechamento.

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