Polícia Civil ataca falsificadores de veículos

Além de prender ladrões de veículos, estratégia é intensificar combate a adulteração de produtos de roubo

Postado em: 18-08-2016 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
Imagem Ilustrando a Notícia: Polícia Civil ataca falsificadores de veículos
Além de prender ladrões de veículos, estratégia é intensificar combate a adulteração de produtos de roubo

A dificuldade em revender peças de veículos roubados faz com que boa parte das quadrilhas que atuam com furto e roubos de carros e motocicletas opte por adulterar documentos para usufruir ou vender os produtos de origem criminosa.
Em julho do ano passado, três pessoas foram presas por adulterar veículos. Um dos suspeitos detidos na Operação Mestres do Ofício foi Valdivino Raimundo Lopes, 42, apontado pela Polícia Civil (PC) como exímio adulterador das características de veículo. Dois meses depois, em continuidade a este trabalho, no mês de setembro outros 13 homens de uma quadrilha que roubava e falsificava os sinais de carros na capital.
Este ano, já foram seis autuações por falsificação de selo ou sinal público – o que inclui não só veículos – e no ano passado 13 registros de acordo com as estatísticas da Secretaria de Segurança Pública e Administração Penitenciária (SSPAP). Os registros de falsificação de documentos são ainda mais expressivos. Somaram 286 em 2015 e até junho deste ano foram 127.
“A Furtos e Roubos tem atuado em várias frentes, tanto no combate aos ladrões de veículos e receptadores, a venda de peças roubadas e a adulteração de veículos e documentos. Se não tiver o adulterador, o receptador não tem como repassar o veículos para frente”, destaca o delegado adjunto da Delegacia Especial de Repressão a Furtos e Roubos de Veículos (DERFRVA), Fábio Meireles.

Mais um
Ontem mais um grupo considerado pela polícia o maior na falsificação de documentos foi desarticulado. Nove pessoas foram presas e uma foi conduzida coercitivamente. Com a quadrilha foram apreendidas impressoras e cédulas de documentos de veículos, certidão de óbito, além de documentos de identificação pessoal.
Os principais clientes do grupo eram receptadores de veículos automotores. “Ao longo da investigação obtivemos várias provas, várias informações que leva à convicção de que eles forneciam esses documentos para ladrões”, explicou Meireles.
Além das prisões, os policiais cumpriram 11 mandados de busca e apreensão. A Operação Falsus foi realizada em Goiânia, Anápolis e Aparecida de Goiânia, após cinco meses de investigação. Os documentos eram vendidos a terceiros por preços variados. 
Uma Carteira Nacional de Habilitação (CNH), por exemplo, custava entre R$ 400 e R$ 800. Apesar de a maioria dos documentos serem produzidos com cédulas falsas, várias cédulas de CNH’s do estado de São Paulo originais foram apreendidas. Elas eram extraviadas e encaminhadas para Goiás pelos Correios.

Filhos
Os líderes do bando, de acordo com o delegado são: Alonso Francisco do Nascimento Filho, 67, e Sharley Marcos Ribeiro, 38. Os filhos de Alonso, Thalyta do Nascimento Silva, 30, e Thiago Henrique do Nascimento, 35, participavam do esquema como captadores de clientes, informou Meireles. Também foram detidos Darci Guzzon, 56, Ana Beatriz Pereira dos Santos, 29, Edelson Pereira Trindade, 39, Evandro Ferreira Mota, 26.
Um dos mandados de prisão foi cumprido em desfavor de José Augusto Castro Félix, 43, que já estava preso. Ele foi detido no ano passado em uma das operações contra os falsificadores. “Isso mostra a consistência do nosso trabalho. Quem está sendo preso, está ficando preso. A Justiça tem acatado os nossos pedidos graças à qualidade das investigações”, exaltou Meireles.

Veja Também