Conflito entre motoristas é reacendido

Na madrugada deste sábado (13), um novo conflito entre motoristas da empresa Uber e taxistas reacendeu a discussão sobre o direito de escolher como se movimentar, a segurança do cliente e ética do trabalho. Estes incidentes vêm ocorrendo no Estado desde o início das operações do Uber, em janeiro, e além de prejudiciais para os sistemas de transporte, assustam usuários. 
Na confusão de sábado, o motorista do Uber, Luis Silva não carregava um cliente, mas a orientação da Polícia Civil ao passageiro que eventualmente esteja em um carro atacado é se dirigir à delegacia mais próxima ou batalhão da polícia militar e realizar o Registro de Atendimento Integrado. De acordo com a assessoria de imprensa da Polícia Civil, este registro (que só existe em Goiás) é útil para o sistema de segurança pública por tornar disponível aos órgãos (Polícia Militar, Polícia Civil e Corpo de Bombeiros) todas as informações referentes ao caso e facilitar os procedimentos necessários. 
O presidente do Sindicato dos Taxistas de Goiânia (SindiTaxi), Silone Pacheco, reconhece o desgaste da imagem dos taxistas perante a opinião pública. Segundo ele, o aumento do número de motoristas do Uber leva à disputa com taxistas. Essa rixa acontece no campo da demanda, no qual os taxistas perderam cerca de 50% dos trabalhos em relação ao ano passado, e também por espaço físico. “Isso gera um caldeirão que pode explodir, como aconteceu recentemente. Fica o apelo às autoridades pela fiscalização e regulamentação dos motoristas de Uber”, afirmou Silone Pacheco. 
Silone ainda apontou a diferença na política de impostos entre Uber e Taxi como uma das causas do problema. O projeto de lei que regulamenta o uso do aplicativo tramita na câmara municipal desde agosto do ano passado. O projeto prevê taxa anual, cadastro na prefeitura e limite no número de carros veiculados à empresa na capital.
A assessoria de imprensa do Uber afirmou que não há disputa direta com taxistas, pois há distinção entre os serviços prestados pela empresa, que são de transporte individual privado e o serviço dos taxis, de caráter de transporte individual público. A intenção da empresa seria concorrer com o carro pessoal: “automóveis particulares são usados apenas 5% do tempo, ficando os outros 95% parados, seja no estacionamento de casa ou no trabalho. Queremos oferecer uma opção confiável que dê ao usuário a oportunidade de deixar seu próprio carro em casa.”