Meia Ponte perto do fim

Mau cheiro e lixo atormentam moradores próximo ao rio. Baixa do curso d’água causa problemas à população e expõe descaso com o meio ambiente

Postado em: 25-08-2016 às 06h00
Por: Redação
Imagem Ilustrando a Notícia: Meia Ponte perto do fim
Mau cheiro e lixo atormentam moradores próximo ao rio. Baixa do curso d’água causa problemas à população e expõe descaso com o meio ambiente

Wilton Morais / Especial para O Hoje
Com o descaso da população e o baixo nível de água do rio Meia Ponte, moradores da região centro-sul do Estado, nas proximidades da BR-153 e BR-60, em Goiânia, sofrem com o mau cheiro e a grande quantidade de lixo no local. Com a demora do início do período chuvoso, os moradores ao redor do rio, que liga Goiânia até a divisa com o Estado de Minas Gerais, reclamam de problemas frequentes de saúde.
“Minha neta sofre diariamente por conta do rio, nessa época de baixa a bronquite acaba atacando ainda mais”, disse a dona de casa, Tina Silva. De acordo com a moradora, o nível baixo do Meia Ponte, eleva a quantidade de muriçocas e atrai outros insetos para a região.
A equipe de reportagem do O HOJE percorreu um pequeno traçado do rio e próximo à ponte da BR-153, encontrou uma grande quantidade de lixo no curso do rio e as margens do local. Os itens mais encontrados são pneus de carros e motos, carcaça de veículos, restos de cadeiras, materiais de informática, entre outros materiais descartados irregularmente. No local também é comum a grande quantidade de materiais de construção, assim como o lixo residencial.
Solução ou descaso
Para o responsável pela Delegacia Estadual de Repressão a Crimes Contra o Meio Ambiente (Dema), Luziano Carvalho, todo ano a situação se repete. “As nascentes do Meia Ponte, nos municípios de Itauçu e Taquaral, em Goiás estão todas recuperadas, porém, é necessário consciência ambiental por parte da população e do Governo”, explica Luziano.
Entre os principais problemas, o despejo ilegal de esgoto que deságua no rio Meia Ponte se destaca. “Mau cheiro sempre teve aqui, mas quando chove é ainda pior, o lixo amontoa, quando voltar a chover garrafas e sacolas flutuam na água”, denuncia o morador do conjunto Caícara, Wisney Araujo. Mesmo acostumado com o mau cheiro, Wisney alerta para a necessidade de revitalização do curso d’água. “O rio é morto, mas, com muita vida, encontramos muitos animais aqui, até pessoas pescando, apesar de pegarem muito lixo”, conta o morador.
“Isso é gravíssimo, esgoto a céu aberto é uma destruição em massa”, afirma Luiziano. Conforme o delegado, a Dema já solicitou pericia e relatório técnico a Secretaria Estadual do Meio ambiente (Sescima) e a empresa responsável pelo saneamento básico de Goiás, a Saneago sobre a eficiência no tratamento do rio Meio Ponte.
“A Justiça do Estado já acionou a Estação de Tratamento de Esgoto de Goiânia (Ete) a respeito das devidas providencias no tratamento do rio”, explica o delegado. O último dado apresentado pela Dema, aponta que mais de 40 projetos foram entregue recentemente pela delegacia, assinalando o descaso com o rio Meia Ponte.
A orientação da Dema, é que os moradores próximos ao rio Meia Ponte denunciem os casos de despejo de lixo e esgoto na delegacia, ou pelo telefone 197 da Policia Civil (PC).
Rio com dengue
A grande quantidade de pneus descobertos oferece riscos e favorece a procriação do mosquito Aedes Aegypti, transmissor do vírus da dengue. O nível baixo permite que água fique acumulada, em diversos pneus que ficam a mercê até a próxima cheia do rio Meia Ponte.

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