Plaqueta é maior desafio para Hemocentro

Hemocomponente tem coleta diferenciada, o que afasta doadores

Postado em: 25-08-2016 às 06h00
Por: Redação
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Hemocomponente tem coleta diferenciada, o que afasta doadores

O aumento na demanda por sangue não foi acompanhado pela quantidade de doadores. O reflexo disso é a atual crise que o Hemocentro Goiás enfrenta para abastecer as unidades que atendem o Sistema Único de Saúde (SUS). Atualmente, são coletadas cerca de 100 bolsas por dia, mas o número está bem aquém do necessário, e para piorar, a captação de bolsas de plaquetas é ainda mais problemático. A capacidade de coleta é de 250 bolsas.
A coleta de plaquetas é feita por dois métodos: o randômico que precisa de dez doações para encher uma bolsa e o aférese, em que cada coleta gera uma bolsa. A questão é que nem todos doadores têm disponibilidade para passar pelo processo mais eficiente que leva cerca de duas horas, contra cerca de 30 minutos do outro.
As plaquetas são bastante requisitadas para atender casos de queimaduras, processos hemorrágicos, leucemia e outros tipos de câncer. Geralmente, os doadores deste hemocomponente são cadastrados na instituição que os convida periodicamente para a doação.
Para o diretor administrativo do Hemocentro, Arione de Paula, o crescimento e envelhecimento da população e o aumento no número de doenças fazem a demanda crescer em velocidade superior à de doadores.   Com capacidade para armazenar 1,5 mil bolsas, o Hemocentro tem apenas 200 unidades no estoque, por isso muitas geladeiras estão vazias. “Nós apelamos para que o doador se sensibilize com o próximo, tenha esse ato de grandeza, esse ato de solidariedade, procure um hemocentro mais próximo, porque só com essa atitude você vai salvar vidas. O paciente que está no leito de hospital precisando de sangue, só o sangue salva a vida dele”, frisa.
Para tentar minimizar o problema, a instituição tem procurado parcerias com empresas para ações de doação com o ônibus do Hemocentro. Cada visita chega a receber 100 doadores, mas 30% não podem colaborar porque não passam na triagem.
Em Goiânia, outras duas unidades públicas oferecem o serviço de coleta de sangue. São elas: o Hospital das Clínicas e o Hospital de Urgências Governador Otávio Lage de Siqueira (Hugol). Mas para Arione, outras unidades de saúde como o Hospital de Urgências de Goiânia (Hugo) precisam ter estrutura para receber doações. “Isso facilita a doação, favorece o doador”, diz.

Exemplo
O operador de abastecimento, Wellington dos Reis, 39, é doador desde 1996. Na manhã da última segunda-feira (22) contribuiu para salvar mais vidas. Ele conta que repete o ato três ou quatro vezes por ano. “Eu dôo porque vejo campanhas na TV e no rádio e também porque minha família é de profissionais de saúde e então eu comecei a doar”, relata.

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