Missionário viaja o mundo resgatando dependentes

José Antônio percorre cidades para auxiliar pessoas a se livrarem das drogas

Postado em: 26-08-2016 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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José Antônio percorre cidades para auxiliar pessoas a se livrarem das drogas

Há 40 anos José Antônio Sousa iniciava a jornada que o levaria a percorrer o mundo acolhendo usuários de drogas. O conforto e a estabilidade de sua carreira foram trocados por praças, subúrbios e centros de reabilitação. Levando mensagens de amor e serviços de caridade, o missionário que já peregrinou por 13 países viaja transformando a angustiante realidade de dependentes químicos.
Seus serviços sociais, independente de instituição religiosa, recebem o apoio da ONG Recuperação de Marginalizados (Remar), que estabelecida em 72 países, realiza o acolhimento de viciados em casas de recuperação e executa serviços sociais para indigentes.
Em Londres, onde viveu por cinco anos, visitou inúmeros presídios, ministrando ensinamentos para detentos que cumpriam penas por tráfico de drogas. O "andarilho", como se denomina, ajuda particularmente estes necessitados por identificação, um dia, José Antônio também foi um dependente.
Entorpecido por cigarros de haxixe, o ex-hippie experimentava o mundo das drogas durante os lisérgicos anos 70. A euforia e o prazer efêmeros progressivamente enfraqueciam-se, e uma busca insaciável por estas antigas sensações o dominou, levando-o ao consumo de doses cada vez mais altas. Em pouco tempo ele substituiu suas drogas por outras mais fortes, substâncias injetáveis, que lhe eclodiram transtornos psíquicos e as piores experiências de sua vida.
“Conhecereis a verdade, e a verdade vós libertará”, citou um versículo, enquanto descrevia os momentos de leitura da Bíblia que o transformaram, internado, recluso em um manicômio no Rio de Janeiro, para onde foi levado por militares do exército durante a ditadura.
Alguns anos depois, em 1975, reabilitado e instruído, o missionário deu início ao trabalho como pregador itinerante na Praça da República em São Paulo. Vinte e cinco anos mais tarde ele abandonaria o emprego de chefe de pesquisa do IBOPE, para dedicar-se integralmente ao ofício que pratica até hoje.
Seu serviço independente de qualquer instituição religiosa possui origem na crítica que faz aos Mercenários da Fé, termo que utiliza para definir os líderes religiosos que se enriquecem a custa de fiéis. “Não quero em hipótese alguma denegrir a imagem de bons pastores, apenas trago a luz da Bíblia o mal que eles têm causado a Igreja nestes últimos dias”, denunciou. Segundo o missionário, está em alta nestas igrejas a chamada teologia da prosperidade, que na verdade somente faz prospera a máfia que tudo faz por dinheiro.

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