Tecnologia abastece crimes em postos de combustíveis

Microchip era utilizado para driblar fiscalização e aumentar faturamento de empresários

Postado em: 27-08-2016 às 06h00
Por: Redação
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Microchip era utilizado para driblar fiscalização e aumentar faturamento de empresários

Da Redação

Microchip que alterava o funcionamento de bombas de combustíveis foi encontrado em 11 estabelecimentos em Goiás. A tecnologia fazia com que, ao abastecer o motorista pagasse mais do que ele realmente levava no tanque.

O proprietário de um posto de gasolina de Itumbiara, município da região Sul de Goiás que fica a 191 quilômetros de Goiânia, foi preso por crime contra as relações de consumo. Em depoimento, ele negou a fraude e não informou onde teria adquirido o dispositivo, mas o delegado titular da Delegacia Estadual de Repressão a Crimes Contra o Consumidor (Decon), Webert Leonardo, acredita que os microchips sejam de fornecedores dos estados de São Paulo e Rio de Janeiro.

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A Polícia Civil (PC) tem informações de que nos estados citados, onde este tipo de fraude é mais massificada, facções criminosas também utilizem postos de combustível para lavagem de dinheiro.

A tecnologia permitia que o microchip pudesse ser desligado por controle remoto, o que dificultava ações de fiscalização. O Procon estadual recebia várias denúncias, mas não conseguia comprovar o esquema. “Muitas vezes fomos no local e não constatamos nada, mas já ficamos entendendo que haveria fraude porque nós não constatamos materialmente”, relata a superintendente do Procon, Darlene Araújo.

Diante da situação, o Procon acionou a Decon para que o trabalho de apuração fosse feito. Para conseguir constatar a prática, os agentes da Decon fizeram várias capacitações. A estratégia adotada foi adaptar uma viatura descaracterizada para que durante o abastecimento, o combustível fosse direcionado para galões, o que possibilitou a medição.

Quantidade
Em uma das ocasiões, os policiais abasteceram 40 litros e ao medir faltaram três litros. “Após essa perícia prévia retornamos de maneira mais ostensiva nesses postos para que houvesse um desmonte de toda a estrutura da bomba para que a gente pudesse encontrar os mecanismos de fraude”, explica o perito do Instituto de Criminalística, Alysson Castro.

“Acreditamos que eles aumentavam o faturamento do posto em cerca de 5%”, afirma o titular da Decon, Webert Leonardo.
As bombas com irregularidade foram lacradas e os proprietários vão responder pelo crime de fraude contra as relações de consumo. Os estabelecimentos ainda vão responder a processo administrativo conduzido pelo Procon. As multas podem variar de acordo com o faturamento dos estabelecimentos.

As investigações abrangeram ao todo 88 postos. Os 11 estabelecimentos que foram flagrados com a irregularidade são de Goiânia (5), Itumbiara (2), Goiatuba (1), Hidrolândia (1) e Senador Canedo (2). A última fase da operação aconteceu nos dias 23 e 24 de agosto.
 

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