Iniciação esportiva atende mil crianças em Goiânia

Secretaria planeja aumentar a quantidade de vagas até o início do próximo ano, mas ampliação esbarra na prioridade da aplicação de verbas

Postado em: 29-08-2016 às 06h00
Por: Redação
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Secretaria planeja aumentar a quantidade de vagas até o início do próximo ano, mas ampliação esbarra na prioridade da aplicação de verbas

O Programa de Iniciação Esportiva Draulas Vaz atende cerca de mil crianças, adolescentes e adultos, que participam de aulas de futsal, futebol de campo, atletismo, lutas, natação, pilates, ginástica e alongamento em dez locais de Goiânia. O projeto é de iniciativa da prefeitura e existe desde 1992. Crianças a partir de sete anos de idade podem participar das aulas de qualquer modalidade. As inscrições são realizadas no início de cada semestre nos locais onde acontecem as atividades. Em caso de vagas ociosas após o período de inscrição, a matrícula pode ser realizada até que todas sejam preenchidas. 
O superintendente de Esportes da Secretaria Municipal de Educação (SME), Jair Marinho, explica que o objetivo do projeto é levar a prática de atividade física à população goianiense. Nas aulas, além de praticar o esporte, os estudantes aprendem os fundamentos e regras de cada modalidade. As aulas acontecem duas ou três vezes por semana, dependendo do esporte; todas são gratuitas e não há taxa de inscrição.
De acordo com Marinho, a população participa do projeto e a assiduidade dos alunos é boa. Diante disso, a SME estuda ampliar a quantidade de vagas para 1.200 no próximo ano. “Em algumas modalidades existe fila de espera, em outras há vagas ociosas. A maioria está interessada em natação e hidroginástica”, afirma o superintendente, que destaca a prática de atividade física como uma importante arma na prevenção de doenças. “Quando há investimento em esporte, precisa-se de menos em Saúde. A qualidade de vida das pessoas que praticam esportes é muito melhor. É preciso tornar nossos cidadãos mais ativos”, afirma Marinho. 

Dificuldades
Apesar de assistir cerca de mil crianças, o projeto já foi maior do que é hoje. Na década de 1990 mais de 18 mil crianças e adolescentes participavam de atividades de iniciação ao esporte em 135 bairros de Goiânia. Professor no projeto desde o início e apoio técnico, Aguinaldo Lourenço explica que a mudança na prioridade da aplicação de verbas em 2005 fez com que a abrangência do projeto diminuísse. 
“Temos os núcleos que resistiram ao tempo. Nosso objetivo é voltar a crescer. Até dezembro queremos ter mais seis ou sete locais com iniciação esportiva”, explica Lourenço. De acordo com o professor, o objetivo do projeto não é formar atletas, e sim cidadãos por meio do esporte. Entretanto, Lourenço conta que há goianos que começaram a jogar futebol no projeto e hoje jogam na Europa. No Brasil, o exemplo é o jogador do Palmeiras Eduardo Pereira Rodrigues, conhecido como ‘Dudu’. Outro nome citado pelo professor é do Leonardo Moraes, atleta do taekwondo. 

Aulas
Rosemeire Oliveira Sousa trabalha com Atletismo no projeto de iniciação esportiva da prefeitura de Goiânia desde 2007. Ela tem cinco turmas com cerca de 60 crianças, adolescentes e adultos. As aulas são ministradas no setor Pedro Ludovico, com iniciação esportiva em salto em distância e arremesso de peso. “Com as crianças, o trabalho é lúdico. Elas correm brincando, mas aprendem as regras de cada modalidade. Nas aulas falamos muito também sobre a importância da alimentação saudável e da avaliação médica periódica”, explica a professora. Rosemeire conta que a maior parte dos adultos começa a participar porque vão levar os filhos e acabam gostando das aulas. 
“Seria muito bom se tivéssemos o projeto em bairros mais distantes. Se oferecermos lazer e esporte, conseguimos tirar crianças e adolescentes da rua. Não queremos necessariamente que eles se tornem atletas, mas que sejam inseridos na sociedade como cidadãos de bem”, afirma a professora. Para Rosemeire, outra alternativa importante seria auxílio financeiro para adolescentes e jovens adultos continuarem no esporte. “É como que muitos deixem as aulas assim que terminam a escola para trabalhar e estudar. Se eles pudessem fazer a faculdade e continuar com o esporte, seria ótimo”, diz a professora.

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