Psicólogos de UTI amenizam sofrimento

A assistência psicológica contribui com o equilíbrio emocional dos envolvidos

Postado em: 31-08-2016 às 06h00
Por: Renato
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A assistência psicológica contribui com o equilíbrio emocional dos envolvidos

Da redação

Impotência mesclada ao desespero, angústia e apreensão. O misto de sensações é um resumo de relatos de qualquer acompanhante ou familiar de uma pessoa hospitalizada na Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Literalmente frio, o lugar assusta por ser palco de histórias com fins trágicos para aqueles que são obrigados a se despedir inesperadamente dos entes queridos.
Nesses momentos em que o desespero e a agonia tomam conta, o apoio e o conforto fazem toda a diferença. Diante do momento vivenciado, a família também precisa de cuidados intensivos. A assistência psicológica tem papel fundamental ao contribuir com o equilíbrio emocional dos envolvidos, que também inspiram cuidados. Uma simples conversa com o psicólogo se torna uma experiência única. É com diálogo e sensatez que os profissionais ganham nova roupagem ao cruzar o status de estranho para o de amigo.
Apesar disso, não basta oferecer o ombro para consolo. Com a aproximação, a técnica aliada à sensibilidade dos profissionais oportunizam ao acompanhante a expressão dos conflitos, fantasias e temores e em troca, pela confiança, eles recebem atenção e compreensão diante das queixas que resultam em alívio e tranquilidade às ansiedades.
Fundamental para a saúde mental, a equipe formada por nove profissionais foi homenageada pelo Materno Infantil com um café da manhã especial na última segunda-feira, dia 29, para lembrar a data oficial que celebra a profissão, 27 de agosto.
 
O dia a dia na UTI
Há dois meses, a dona de casa Maura Ramos passa os dias na UTI Pediátrica do HMI. Ela acompanha o filho que está internado no local desde o nascimento devido a uma má-formação do intestino. Natural de Caçu, em Goiás, ela encontra apoio junto às psicólogas da unidade. O marido e pai da criança faz visita de vez em quando porque trabalha e cuida dos outros dois filhos do casal no interior do Estado.
Ela descobriu o problema da criança aos cinco meses de gestação e desde então luta pela vida do filho. À época, a família morava em Altamira, no Pará, de onde partiram de volta à cidade natal para conseguir tratamento mais adequado ao bebê. De lá, foram encaminhados para o HMI. O pequeno J.V. nasceu no hospital e, da sala de parto, foi encaminhado para a UTI.
“Ainda em Altamira me disseram que ele tinha obstrução do intestino, mas o médico do HMI confirmou que se tratava de uma má formação do órgão. Quando ele me deu a notícia foi muito difícil. Entrei em desespero e chorei bastante”, disse Maura. Na situação dela, é comum o medo do desconhecido, a incerteza sobre o sucesso do tratamento, o diagnóstico de doença grave, além do temor de que a criança sinta dor ou morra.
Agora, a dona de casa se sente mais confiante e tranquila. “Na UTI, comecei a receber visitas das psicólogas do hospital. Elas conversaram comigo e me ajudaram bastante. Hoje eu consigo até ajudar os outros da mesma forma que fui ajudada”, afirma ela, que considera a assistência psicológica importante para os acompanhantes.

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