Mortes em Goiânia superam Rio e São Paulo

A taxa de mortes por causas externas a cada 100 mil habitantes é de 96,3 na capital

Postado em: 01-09-2016 às 06h00
Por: Redação
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A taxa de mortes por causas externas a cada 100 mil habitantes é de 96,3 na capital

Deivid Souza

As mortes por causas externas são o terceiro motivo de óbitos em Goiânia e respondem por 15,9% do total. A taxa de mortes por 100 mil habitantes com este motivo é de 96,3 na capital, contra 54,1 e 69,8 em São Paulo e Rio de Janeiro respectivamente. Levando em consideração apenas os demais municípios da Região Metropolitana, os números são ainda mais graves saltando para 108,2 óbitos para cada 100 mil habitantes.
As doenças do aparelho circulatório lideram os óbitos com 25% das mortes, seguida pelos casos de câncer com 19,1%. Os dados fazem parte de uma pesquisa da consultoria S & D que foi encomendada pela Sociedade Israelita Albert Einstein. O estudo reúne uma coletânea de dados, no período entre 2010 e 2015, de diversos órgãos como Ministério da Saúde como o DataSus, IBGE, Agência Nacional de Saúde (ANS) e outros.  
O serviço de saúde prestado a este público custa caro. Só o atendimento às vítimas de acidentes de trânsito custou ao Estado R$ 9 milhões em 2015.
Para a coordenadora de Vigilância das Violências e Acidentes da Secretaria Estadual de Saúde (SES), Maria de Fátima Rodrigues, a alta taxa de óbitos por causas externas está associada ao contexto histórico cultural de Goiás. “Nós, por sermos uma área que é interiorana, comparando com grandes centros, temos uma cultura machista, uma cultura de violência, inclusive a violência contra a mulher, e a gente acredita esse seja um dos fatores. A medida que Goiás vai fazendo investimentos na Educação, as pessoas vão mudando e adotando um comportamento mais tranquilo”, acredita.
Goiânia tem 1.953 estabelecimentos de saúde. Deste total, 37% tem condições de atender casos de alta complexidade. Do total e estabelecimentos, 130 são públicos. O Albert Einstein dará suporte ao Hospital Órion, um empreendimento em construção que está mirando o atendimento aos quadros clínicos que carecem de atendimento especializado.
 
Tendência

O gestor técnico e financeiro do empreendimento, Frank Guimarães Vaz de Campos, acompanhou o estudo e avalia que as doenças relacionadas ao sistema cardiorrespiratório apresentam tendência de queda porque “as pessoas têm procurado hábitos de vida mais saudáveis”. Ainda de acordo com a pesquisa, com maior expectativa de vida, os casos de câncer têm aumentado.
“Outro ponto que chamou nossa atenção são essas fontes extras acidentes e assassinatos que em Goiânia é alta. Este é um ponto fora da curva. Esses indicadores vão direcionando corretamente onde temos que focar os investimentos nos próximos dez anos”, diz Campos.
Maria de Fátima ressalta que a visão não é uma “novidade”, mas que a SES tem trabalhado para entender as causas dos problemas “e subsidiar ações e políticas públicas para Segurança Pública e Educação”, frisa.

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