Falta pediatra em Senador Canedo

Moradores reclamam dos problemas causados pela ausência dos especialistas nas unidades

Postado em: 08-09-2016 às 06h00
Por: Renato
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Moradores reclamam dos problemas causados pela ausência dos especialistas nas unidades

Karla Araújo

‘É uma vergonha que eu precise sair de Senador Canedo para procurar um pediatra para o meu filho em Goiânia”, afirma o vendedor Leonardo Silveira da Cruz, 33. Ele mora na mesma rua que a Unidade de Saúde do Jardim das Oliveiras, no setor que leva o mesmo nome, e diz que nunca conseguiu encontrar um pediatra no local ou em qualquer outro hospital ou Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do município. “Eu tenho cinco filhos e eles nunca fizeram uma consulta agendada ou de emergência aqui no Canedo”, enfatiza o morador. 
Leonardo conta que apenas clínicos gerais estavam disponíveis nas oportunidades em que precisou de um pediatra para os filhos. “É um direito meu e das minhas crianças. E, ainda por cima, o atendimento é horrível”, diz Leonardo. O vendedor conta passou um dia inteiro esperando na fila para o filho ser atendido quando estava com pneumunia. Como trabalha vendendo bananas nas ruas, Leonardo perdeu um dia do único serviço que gera renda para a família.
Outra moradora da região que não quis se identificar contou que o aparelho de Raio X da unidade está estragado, o que causa ainda mais transtornos aos pacientes. “É algo que deveria ser muito simples, mas a péssima gestão faz com que tudo se transforme em uma bagunça”, lamenta a moradora. 
De acordo com a assessoria da Prefeitura de Senador Canedo, as unidades do Programa Saúde da Família (PSF) possuem apenas clínicos gerais trabalhando por se tratar de uma norma do Ministério da Saúde. Entretanto, o município garante que 13 pediatras trabalham nas demais unidades de saúde. 

Nacional
O problema de administração das Unidades de Pronto Atendimento (UPA) é recorrente em todo o País. Pelo menos 500 UPAs estão prontas e sem funcionar ou com as obras paradas em vários estados do Brasil. O objetivo inicial das unidades era desafogar os grandes hospitais atendendo pacientes com problemas de média complexidade. 
Como muitos municípios estão sem dinheiro para abrir as UPAs, os prefeitos solicitam que as regras de funcionamento das unidades sejam mudadas para que, por exemplo, funcionam apenas durante o dia. A intenção inicial era que os prédios estivessem abertos para a prestação de serviço de Saúde 24 horas por dia. 

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Verba
Além disso, os municípios assinaram convênios em que se comprometeram a pagar parte dos custos de funcionamento das UPAs, mas agora alegam que não possuem o dinheiro e cobram regularmente as verbas do governo federal. Mais de 180 UPAs estão prontas e não funcionam; 324 estão em construção. 
O ministro da Saúde, Ricardo Barros, explicou que ao lançar o programa, a intenção era construir 500 UPAs em todo o Brasil, mas por pressão dos prefeitos levou à construção de mil. Ainda de acordo com o ministro, a alteração no horário de funcionamento das UPAs pode acontecer desde que os órgãos de fiscalização, como o Tribunal de Contas da União, concordem.

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