Flexibilização pode ser saída para ‘falência’ do Ensino Médio, defende secretária

Reforma do Ensino Médio é prioridade do Governo, que tenta contornar baixos índices na Educação

Postado em: 09-09-2016 às 14h00
Por: Redação
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Reforma do Ensino Médio é prioridade do Governo, que tenta contornar baixos índices na Educação

Jéssica Chiareli  

Dados do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) de 2015, divulgados nesta quinta-feira (8) pelo Ministério da Educação (MEC), deixa Goiás em uma posição favorável em relação a outros estados, mas não menos preocupante.
No Ensino Fundamental, Goiás superou a meta estipulada, que era de 5,4, alcançando nota de 5,8 nos anos iniciais do ensino fundamental – da 1ª a 5ª série. Ficando atrás apenas de São Paulo, Santa Catarina, Minas Gerais, Paraná, Distrito Federal e Ceará
Nos anos finais do ensino fundamental, entre o 6º e o 9º anos, o desempenho também foi motivo de comemoração. O Estado permaneceu dois décimos acima da meta (4,7) com nota 4,9. Apenas Santa Catarina e São Paulo alcançaram resultados melhores. Além de Goiás, os estados Pernambuco, Amazonas, Mato Grosso e Ceará também cumpriram o índice esperado para o período escolar.
No entanto, o Ensino Médio ficou longe de atingir a meta, que era de 4,2, em Goiás. No Estado, a nota foi de 3,9, apesar disso, o índice ainda ficou acima da média nacional, que é de 3,7. Em todo o país, apenas Pernambuco e Amazonas conseguiram superar os quatro pontos.
Para a secretária de Estado da Educação Cultura e Esporte, Raquel Teixeira, os índices demonstram uma falência do Ensino Médio em todo o país. "O Ensino Médio brasileiro faliu. Desde 2011 o índice nacional está estagnado em 3,7, o que nos mostra que é a estrutura do curso, o formato, que está errado", defende.
Currículo flexível
Raquel afirma que melhoras só serão possíveis com uma flexibilização do currículo do Ensino Médio, que hoje conta com 13 disciplinas obrigatórias, diferente do que ocorre em outros países, como Estados Unidos e China, onde os próprios alunos escolhem as disciplinas que desejam cursar, de acordo com a área de interesse de formação e atuação.
"O que estamos cobrando dos alunos é o engessamento. Estudantes que desejam cursar teatro ou medicina no Ensino Superior são obrigados a estudar disciplinas que não serão utilizadas na graduação e sequer na vida”, afirma.
De acordo com a secretária, um projeto de reforma do Ensino Médio, que ainda está em construção, deve ser implementado pelo Governo Federal ainda neste ano. A expectativa é definir quatro ou cinco matérias obrigatórias no currículo, como língua materna, língua estrangeira, matemática e noções de história e geografia, enquanto as restantes ficarão por escolha dos alunos, de acordo com o que pretender estudar na faculdade.
Outra mudança que deve ser implementada, conforme informou Raquel Teixeira, é a possibilidade de formação profissional integrada ao Ensino Médio. Durante o período acadêmico, os estudantes poderão realizar cursos técnicos para que aprendam uma formação profissional, semelhante ao que ocorre nas escolas técnicas.
Reforma
A reforma do Ensino Médio está entre as prioridades do governo. O ministro da Educação, Mendonça Filho, afirmou nesta quinta-feira (8), que a medida é necessária para melhorar os índices de qualidade nas três séries finais do currículo brasileiro. Ainda este ano um projeto de lei  que tramita no Congresso Nacional deve ser votado.
Caso não seja votado, a reforma pode ocorrer por meio de medidas provisórias. “Nós entendemos que, se porventura, a pauta do Parlamento estiver bloqueada, o presidente da República poderá até editar uma Medida Provisória para atender à urgência da necessidade das modificações na educação de nível médio no Brasil”, afirmou.
Além disso, o ministro também defendeu o tempo integral para todo o ensino médio brasileiro.

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