Lagos do Parque ameaçam secar

Estacionamento subterrâneo é um dos responsáveis pelo dano no parque Flamboyant

Postado em: 10-09-2016 às 06h00
Por: Toni Nascimento
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Estacionamento subterrâneo é um dos responsáveis pelo dano no parque Flamboyant


Os lagos do parque Flamboyant começaram a assorear. Apesar do período de seca, danos são causados devido ao mau planejamento e a presença de prédios e estacionamentos subterrâneos. Segundo a Delegacia Estadual de Repressão a Crimes Contra o Meio Ambiente (Dema), já foram feitos vários procedimentos a respeito das nascentes do Parque Flamboyant.

Para a instrumentadora cirúrgica Anny Danielly, a situação de seca acontece juntamente com o descuido com a plantação não regada. “Quando vim aqui da ultima vez, em julho, a água corria muito bem, estava tudo muito bonito, as plantas eram o reflexo do Parque, estava tudo bem diferente de hoje”, disse.

Já para o proprietário de um quiosque no parque Antonio Carlos, a situação se repete em todos os anos. “Sempre foi assim, tem seis anos que estou no Parque, talvez se tivesse uma fiscalização maior o lago não secaria da mesma forma”, conta o vendedor.

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Denuncia
 “Devido à quantidade de prédios na região, que são responsáveis por atingirem o lençol freático, ao usarem perfurações irregulares, temos uma tragédia ambiental anunciada, um dano irreversível”, explica o delegado da Dema, Luziano Severino de Carvalho.

Uma das principais problemáticas nos lagos do Parque são ocasionados pelo rebaixamento do lençol freático. Conforme a Dema, a água jorra livremente pelas ruas próximas ao parque e a principal causa é a construção de garagens subterrâneas que atingem o lençol. “A situação da seca das nascentes já faz parte do cotidiano, já podemos jogar bola no lugar do lago”, ironiza o delegado. 

A falta de estudos ambientais por parte das construtoras e empresas responsáveis são problemas que interferem na melhoria da nascente. De acordo com Luziano, todos os anos, a Dema encaminha a justiça estadual procedimentos de denuncia acerca das nascentes do parque Flamboyant.

Plano Diretor

A Agencia Municipal de Meio Ambiente (AMMA) tem recebido reclamações do nível da água, principalmente no atual período. “Apesar do período de seca ser influencia, o lençol abaixa muito e o problema vem se agravando e tornando as áreas de infiltração ainda menores”, diz a geógrafa e analista em obras e urbanismo da AMMA, Gisela Martins Tristão.

“Na parte de cima do parque é um pouco mais agradável, mas não difere muito, tudo está seco, precisamos de mais mediadas por parte do governo”, denuncia a dona de casa Karla Ramos Oliveira.  De acordo com a AMMA, a agência tem se empenhado em não aprovar projetos de rebaixamento do lençol freático.  “A pesar do empenho, existe uma lei que permite esse tipo de rebaixamento, mas mesmo assim em analise técnica não aprovamos mais”, informa a analista Gisele Tristão.

Para Gisele, é necessária novas propostas que direcionem normas atualizadas, na finalidade de evitar que as situações das lagoas continuem se propagando, diante dos transtornos que atingem a população.

Atualmente a agência, tem criado grupos de estudo, para discutir os rebaixamentos dos lençóis freáticos em Goiânia. “Com a legislação permitindo o rebaixamento do lençol freático, a AMMA depende do plano diretor de Goiânia para resolver o problema, já colocamos a questão em pauta, até porque no ano que vem, o plano será revisado”, conta a analista.

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