Romaria é Patrimônio Cultural

Aprovados por unanimidade pelo Conselho Consultivo do Patrimônio Cultural em reunião no Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), em Brasília

Postado em: 17-09-2016 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
Imagem Ilustrando a Notícia: Romaria é Patrimônio Cultural

Aprovados por unanimidade pelo Conselho Consultivo do Patrimônio Cultural em reunião no Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), em Brasília (DF), a Romaria de Carros de Bois da Festa do Divino Pai Eterno de Trindade (GO) e a Casa da Flor, em São Pedro da Aldeia (RJ), são os mais novos Patrimônios Culturais Brasileiros.
Pela manhã, a avaliação do registro da Romaria de Carros de Bois da Festa do Divino Pai Eterno de Trindade como patrimônio imaterial contou com a presença do ministro da Cultura, Marcelo Calero, que destacou a importância de preservar trajetória do Iphan ao longo de seus 80 anos.
A presidente do Iphan, Kátia Bogéa, ressaltou a atuação da instituição na defesa da cultural nos últimos 80 anos: “O Iphan é, hoje, um patrimônio da Nação. O Conselho sempre foi, desde a criação do Instituto, sua principal instância. Só senta nesta cadeira quem entende que a dimensão humana só pode ser exercitada através da cultura”. 
A devoção ao Divino Pai Eterno, em Trindade, começou volta de 1840, quando um casal encontrou um medalhão entalhado com a imagem do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Desde então, muitas pessoas peregrinam até a região, caracterizando esta prática como imersa no catolicismo popular. Os carros de bois eram, antigamente, o principal meio de transporte para as famílias das zonas rurais, para viagens de longas distâncias. Por isso, a Romaria de Carros de Bois da Festa de Trindade, especificamente, está relacionada às antigas práticas cotidianas da vida rural. Ainda hoje, permanece como uma tradição cultural, reiterada no convívio familiar por sua representatividade no que se refere às antigas vivências de homens e mulheres do campo.

Festa
O epicentro da romaria é em Trindade, mas os devotos saem de diversas cidades de Goiás e de estados próximos, do Centro-Oeste e também do Sudeste. A preparação envolve diversas atividades, como reparos eventuais nos carros de bois, de mantimentos que serão consumidos, ofertados ou vendidos durante o trajeto, entre outros. Essas atividades são executadas por homens e mulheres que dividem o trabalho equivalente à prática no cotidiano da vida rural.
Os carreiros, candeeiros e demais participantes da Romaria de Carro de Bois se colocam na posição de herdeiros, guardiões e transmissores de costumes da vida rural, que vem sofrendo, nas últimas décadas, profundas mudanças com o advento da modernização que avança na região. Ao usarem um meio de transporte tido por anacrônico na atualidade, rememoram os tempos dos seus antepassados e até mesmo o da infância e reconstroem, ano após ano, a tradição da vida rural e das devoções.
 

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