Falta de água prejudica bairros de Aparecida

Os motivos justificados para o problema são a estiagem e a captação irregular do líquido

Postado em: 20-09-2016 às 06h00
Por: Redação
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Os motivos justificados para o problema são a estiagem e a captação irregular do líquido

Milleny Cordeiro

A cidade de Aparecida de Goiânia, localizada na Região Metropolitana da capital, tem enfrentado problemas com o abastecimento de água. Bairros como o Setor Vila Brasília e o Setor Nova Cidade são algumas das localidades em que a falta de água tem prejudicado moradores, forçando-os a buscar o líquido em outros setores. O Ribeirão das Lajes, manancial que abastece parte da região, era explorado de forma irregular para irrigação. 

De acordo com o delegado Luziano Severino de Carvalho, da Delegacia Estadual de Repressão a Crimes Contra o Meio Ambiente (DEMA), na última sexta-feira (16), dois pontos irregulares foram identificados próximos ao manancial. O primeiro foi um tanque de 120m de comprimento, 9m de largura e 6m de profundidade que, segundo o delegado, estaria sendo utilizado para alimentar pivôs e tinha capacidade para abastecer 15 mil pessoas. 

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O tanque foi interditado e não possuía nenhuma estrutura adequada, não era impermeável e contribuía para o desperdício da água. O segundo ponto consistia no desvio de 2 quilômetros e meio, em linha reta, de uma nascente do Ribeirão das Lajes. O rego d’água passava por uma fazenda, onde era utilizado para alimentar o gado e irrigar a lavoura. De acordo o Luziano, o rego foi reduzido em 50%. 

Na tarde de ontem, o delegado Luziano se reuniu com a Secretaria Municipal de Meio Ambiente (SEMMA) para discutir a situação. Uma das medidas a serem tomadas é o cercamento de todas as nascentes da região. 

Estiagem

A Diretora de Produção da Saneago, Lívia Maria Dias, informou que o Ribeirão das Lajes teve o nível reduzido, o que teria provocado o desligamento das bombas algumas vezes. Com menos produto para captar, moradores de alguns bairros, principalmente daqueles localizados na parte alta da região, devido à pressão da água, ficam sob ameaça da falta do líquido. 

Nesse período de seca, as pessoas tendem a consumir mais água do que de costume o que, segundo a diretora, inviabiliza um consumo mais consciente. Ela bate na tecla do consumo sustentável e critica o comportamento de alguns moradores que afirmam “gastar o quanto quiser, pois pagam pela água”. 

A Saneago já tem discutido ações para preservar nascentes e, dentro daquilo que compete a ela, tem realizado projetos de conscientização com a disponibilização de panfletos e visitas em escolas. Além disso, a estatal possui um Setor de Proteção de Manancial, onde profissionais realizam um trabalho de mapeamento de nascentes para promover a preservação. Um trabalho extra também está sendo realizado para cuidar do abastecimento nessa época de estiagem. 

Saneago

A assessoria de imprensa da Saneago informou que, assim como acontece com o Sistema Meia Ponte, o Ribeirão das Lajes teve o nível reduzido devido, também, à captação irregular de água, como já foi descrito. A nota também informa que a estatal está trabalhando junto aos órgãos ambientais para avaliar outorgas existentes e usuários não autorizados que praticam captação irregular e prejudicam o abastecimento. 

Mananciais

Sobre a seca de outros mananciais, como o Rio Araguaia, Lívia destaca a importância deles e faz uma crítica “a situação é um grito que mostra o quanto as ações irregulares ou regulares praticadas nos mananciais estão sendo penosas”, diz. “É um problema que envolve gestão hídrica, envolve agronegócio, desperdício e planejamento urbano”, completa. 

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