Aumentam casos de catapora na primavera

O vírus varicela-zóster é responsável por causar duas doenças infectocontagiosas, uma muito conhecida pela população, outra nem tanto.  A primeira é a

Postado em: 28-09-2016 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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O vírus varicela-zóster é responsável por causar duas doenças infectocontagiosas, uma muito conhecida pela população, outra nem tanto.  A primeira é a varicela, popularmente conhecida como catapora, doença frequente na infância e muito comum no Brasil, transmitida por meio do contato de gotículas e aerossóis do trato respiratório ou da inalação de aerossóis do líquido presente nas vesículas. 
Apesar de serem observados picos de sua incidência durante os meses de agosto a novembro, de acordo com os dados do Ministério da Saúde, a catapora pode manifestar-se durante todo o ano no Brasil, é o que explica a Dra. Priscila Saleme, médica infectologista e responsável pelo setor de vacinas do Laboratório Padrão do Grupo Hermes Pardini. 
Além da catapora, o mesmo vírus é capaz de causar outro quadro clínico. Trata-se do herpes-zóster ou, como mais popularmente conhecido, o cobreiro. “Após o quadro de varicela, o vírus permanece adormecido no organismo. No entanto, diante de situações como o envelhecimento e o estado de baixa imunidade, pode ocorrer uma reativação desse vírus, gerando um quadro de vesículas associadas a dor intensa, seguindo o trajeto de um nervo sensitivo”, ressalta a Dra. Priscila Saleme. 
A infectologista alerta que ambas as doenças podem ser benignas, mas são capazes de causar complicações. “No caso da varicela, pode-se observar infecções de pele causadas por bactérias, pneumonia, meningite, encefalite e, em alguns casos, ela pode levar até mesmo ao óbito. Vale ressaltar que essas complicações são mais frequentes entre crianças menores de 1 ano de idade e pessoas maiores de 15 anos. Já no caso da herpes-zóster, observam-se casos de herpes ocular e neuralgia pós-herpética. Neste último, o indivíduo pode permanecer durante meses com dor intensa, o que a longo prazo, reduz significativamente a sua qualidade de vida”, destaca a Dra. Priscila. 
Nesse sentido, a infectologista ressalta que a vacinação torna-se a estratégia de prevenção mais eficaz. No mercado, já são ofertados à população tanto a vacina contra varicela, quanto contra a herpes-zóster. “A vacina contra a varicela, já introduzida no calendário nacional de imunizações, é oferecida pelo SUS, em dose única, a todas as crianças, através da vacina tetraviral, que protege não apenas contra a varicela, mas também contra o sarampo, a caxumba e a rubéola. Ela é recomendada aos 15 meses de idade. 
Ao passo que, de forma isolada, a vacina contra a varicela pode ser encontrada apenas nos centros de referência para imunobiológicos especiais (CRIE) para pessoas em situações muito restritas”, reforça. Em clínicas privadas, essa vacina é acessível a todas as pessoas que desejam ser vacinadas, a partir dos 12 meses de idade, com 2 doses ao todo. No caso de crianças, o intervalo mínimo entre as doses é de 3 meses, ao passo que para os adultos, apenas 30 dias.
A Sociedade Brasileira de Imunizações recomenda a vacina contra o herpes-zóster a todas as pessoas a partir dos 60 anos de idade. As doses da vacina estão disponíveis apenas em clínicas particulares. É necessária apenas uma aplicação da vacina.

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