Educação esclarece proposta de mudanças no Ensino Médio

Para a Pasta, os dados do Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa) deixam clara a necessidade de mudanças

Postado em: 01-10-2016 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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Para a Pasta, os dados do Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa) deixam clara a necessidade de mudanças

A secretária de Educação, Cultura e Esporte de Goiás, Raquel Teixeira, participou no início da semana de uma webconferência com os 40 subsecretários regionais de ensino para sanar as principais dúvidas em relação à medida provisória que propõe um novo formato para o Ensino Médio em todo o País.
Para a secretária, os dados do Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa) deixam clara a necessidade urgente de mudanças nesse nível de ensino. “Hoje temos 1,780 milhão de alunos entre 15 e 17 anos, que nem estudam nem trabalham e as pesquisas mostram que uma das razões para eles não irem à escola é a falta de motivação. E dos 50% dos jovens que não concluem o Ensino Médio, 43% declararam que abandonam os estudos porque o que aprendem não ajuda em nada em suas vidas”.
Ainda de acordo com o Pisa, dos 50% que permanecem no Ensino Médio brasileiro, apenas 0.8% dos alunos na faixa etária dos 15 anos aprendem o que deveriam em Matemática. Raquel lembra que esses dados traçam um cenário assustador da realidade brasileira. “Estamos em pleno século XXI, onde a tecnologia é a base de tudo e quem não dominar os conceitos básicos de Matemática não vai ser capaz de viver nesse mundo”.
A secretária traçou para os subsecretários os principais pontos da reforma do Ensino Médio proposta pelo governo federal por meio da medida provisória (MP 746/2016). O documento, que faz diversas alterações na Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB), está em análise no Congresso Nacional e tem 120 dias de prazo para ser concluído. Confira abaixo algumas propostas da mudança.

Flexibilização 
Segundo item da reforma, a flexibilização vai dar ao aluno a chance de escolher seus caminhos profissionais durante o Ensino Médio. “Nesse 11.08.2015 estudantes em visita à UEG, nós vamos trabalhar – como já trabalhamos hoje nas escolas de Ensino Médio de tempo integral -, o projeto de vida do aluno e a escolha do itinerário de aprendizagem se dará em função desse projeto de vida”, explica Raquel.
Na parte de flexibilização do currículo, o aluno terá cinco ênfases que podem ser seguidas: Matemática, Linguagens, Ciências Humanas, Ciências Biológicas e Formação Profissional. O que quer dizer isso? A secretária diz que se o estudante quer fazer Letras ou Filosofia deverá optar pela ênfase em Linguagens. Se escolher Física ou Engenharia, a opção será a ênfase em Matemática. Se escolher História ou Filosofia vai optar por Ciências Sociais e se quer fazer Medicina, Química ou Biologia, a área adequada será a de Ciências Biológicas. “E se ele não quer ir para a universidade, que é o caso de 82% dos jovens brasileiros, essa reforma permite, dentro do Ensino Médio, a formação técnica profissional. Agora, o aluno pode transitar em mais de uma ênfase antes de fazer a decisão final da carreira”.

Tempo integral
Esse é o terceiro item mais importante da reforma. Conforme a secretária, a criação de novas escolas de Ensino Médio em tempo integral é uma tendência mundial. “Não existe nenhum lugar do mundo que tenha uma carga horária diária de apenas quatro horas”, comenta.
 

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