Diagnóstico precoce de câncer de mama ainda é um desafio
Segundo estimativas do Inca, em 2016 teremos 57.960 novos casos de câncer de mama no Brasil
Por: Redação
Da redação
Segundo estimativas do Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva (Inca) em 2016 teremos 57.960 novos casos de câncer de mama no Brasil. A conta assusta: representa cerca de 25% de todos os tumores detectados em 2016 no país, sendo que em 2013, 14.206 mulheres perderam a vida pela doença. Apesar da alta incidência, se diagnosticada em estágio inicial, a paciente tem 95% de chances de cura. Mas, então, por que será que o câncer de mama, entre as brasileiras, ainda é o que mais mata?
A resposta para equilibrar essa equação está no exame preventivo. “O Colégio Brasileiro de Radiologia e organizações internacionais recomendam que a mamografia seja feita anualmente a partir dos 40 anos de idade”, afirma a Dra. Gabriela Paiva Martins, radiologista especializada em câncer de mama do Laboratório Padrão do Grupo Hermes Pardini.
No sistema público de Saúde, o exame é feito apenas a partir dos 50 e a cada dois anos. “A mamografia é essencial para o diagnóstico precoce, já que consegue mostrar lesões muito pequenas, otimizando o tratamento e em muitos casos possibilitando a cura”, afirma a médica.
Para as mulheres que apresentam fator de risco elevado, entre 20% e 25% em relação a população geral e que têm histórico da doença na família (parentes de primeiro grau), o acompanhamento deve ser iniciado ainda antes. “Se a paciente tem familiar que desenvolveu o câncer de mama aos 40 anos, por exemplo, ela deve iniciar o acompanhamento 10 anos antes, ou seja, aos 30 anos”, explica a especialista do Padrão. Nos casos de alto risco a Ressonância Magnética deve ser associada ao programa de rastreamento anualmente.
Embora a ultrassonografia mamária não faça parte de nenhum programa de rastreamento da doença, ela pode se tornar complementar em casos onde a mamografia perde sua eficiência, em mamas densas. Quanto mais jovem a paciente, maior será a densidade da mama. Isso pode acabar dificultando a avaliação de nódulos levando a resultados falso negativos. Pacientes com idade inferior a 25 anos, não devem ser submetidas à mamografia pelo seu custo-benefício. "Por isso, a ultrassonografia deve ser usada geralmente como primeira opção diagnóstica para pacientes jovens ou como exame adicional à mamografia”, afirma Gabriela.