Quase metade dos pontos de ônibus não têm cobertura

Paradas de ônibus sem cobertura ou proteção deixam usuários expostos ao sol e chuva

Postado em: 17-10-2016 às 06h00
Por: Redação
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Paradas de ônibus sem cobertura ou proteção deixam usuários expostos ao sol e chuva

Karla Araujo

Nos 18 municípios que compõe a rede metropolitana de transporte coletivo existem 6.289 pontos de embarque e desembarque implantados. Deste total, 49% não possuem abrigos. Em números absolutos, 3.214 pontos possuem cobertura e 3.075 estão sem. O número reflete a difícil realidade dos usuários do transporte coletivo. Em dias de sol forte, o espaço da sombra do poste de iluminação ou o alpendre de comércios e empresas é disputado. Com a chegada da época de chuva, a dificuldade é ainda maior. Para os que saem de casa sem uma sombrinha ou guarda-chuva, a única opção é se molhar enquanto espera o ônibus. 

Um dos locais em que o problema é grave há anos é na Avenida 24 de outubro, no setor Campinas, em Goiânia. A região, de comércio intenso, atrai moradores de todas as cidades da Região Metropolitana de Goiânia, tanto os que estão interessados em comprar quanto trabalhadores. Em alguns pontos da via chegam a circular 15 linhas de ônibus e muitos pontos estão sem cobertura. A falta de informação sobre os itinerários dos coletivos é outro problema. 

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A estudante Ângela Silva, 22, tentava pegar um ônibus na 24 de Outubro para voltar para a Vila Brasília, onde mora. Ela foi em um hospital localizado em Campinas para visitar um amigo, mas como não está acostumada a passar pela região, ficou perdida. “Eu saí do hospital e fui perguntando onde passa a linha 010, que vai para o Terminal Cruzeiro, onde preciso pegar o ônibus que vai para a Vila Brasília. As pessoas foram me apontaram o caminho até aqui, mas não sei se está certo. Se tivesse uma placa falando quais ônibus passam, ajudaria muito”, afirma a estudante. Ângela conta que só descobriu que o local é um ponto de embarque e desembarque porque viu as pessoas aglomeradas no local. 

Dificuldades

Raquel Rodrigues, 17, esteve nas proximidades da avenida para fazer uma entrevista de emprego. Ela também reclama da falta de indicação dos locais onde os ônibus param e quais itinerários passam pelo local. “Eu fiquei completamente perdida. Quem passa por aqui todo dia sabe onde encontrar tudo. Mas o transporte é para todo mundo, certo?”, questiona Raquel. 

A estagiária Maria Oliveira Gomes, 22, trabalha há quase um ano em uma empresa localizada na avenida e afirma que o problema é questionado pelos usuários do transporte da região com frequência. “Não existe nem placa indicando que é um ponto de ônibus em alguns locais. É um absurdo. Não existe nenhum tipo de proteção. Ainda não peguei nenhum dia de chuva forte na hora de pegar ônibus para ir para casa, mas sei que vai ser complicado”, lamenta Maria. 

Corredor

Por nota, a Companhia Metropolitana de Transportes Coletivos (CMTC) informou que a via vai receber novos pontos de embarque e desembarque com mais espaço (quatro metros de largura), iluminação especial, vidro nas laterais, acesso a deficientes físicos e amplas informações operacionais aos passageiros. 

Os novos equipamentos serão instalados assim que houver a liberação do Ministério das Cidades para a implantação do Corredor Preferencial de Ônibus. A licitação para a realização da obra foi finalizada, avaliada pela Caixa Econômica Federal e os documentos foram encaminhados ao Ministério das Cidades, que é o responsável por emitir a Autorização de Início da Obra (AIO).

Para a requalificação dos demais pontos de ônibus nos 18 municípios integrantes da Rede Metropolitana de Transportes Coletivos, a CMTC busca recurso junto aos governos federal e estadual e também às prefeituras integrantes da rede metropolitana para a aquisição dos abrigos e execução das obras.

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