Falta prudência entre motoristas e pedestres

Fundamental estratégia de segurança no trânsito, a faixa de pedestre, continua sendo desrespeitada

Postado em: 25-10-2016 às 06h00
Por: Redação
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Fundamental estratégia de segurança no trânsito, a faixa de pedestre, continua sendo desrespeitada

Karla Araújo

O respeito à faixa de pedestre ainda é um desafio no trânsito de Goiânia. É comum encontrar pessoas nas calçadas em frente à faixa esperando por uma oportunidade para atravessar uma via movimenta, ou ainda se aventurando entre os carros parados em cima da pintura no chão. Por outro lado, a imagem de pedestres atravessando ruas e avenidas a poucos metros de uma faixa também é comum.

A educadora de trânsito do Departamento Estadual de Trânsito de Goiás (Detran-GO), Regina Lúcia Siqueira da Costa, afirma que o relacionamento entre pedestres e condutores no trânsito é um jogo de empurra, em que o pedestre justifica suas atitudes colocando a culpa nos motoristas que não param na faixa e os condutores dizem que os pedestres dificilmente atravessam no local designado a eles e, quando o fazem, andam devagar demais de propósito.

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“Embora o espaço seja público, a convivência nem sempre é harmoniosa. Falta respeito entre as duas partes”, afirma a educadora. Regina lembra que, no trânsito, o zelo deve sempre partir do maior para o menor. Desta forma, todos os veículos devem se movimentar pensando na segurança do pedestre.

“Apesar de todas as campanhas que já foram e ainda são realizadas em relação à faixa de pedestre, ainda temos a falta de conhecimento como um vilão”, afirma a especialista. Por isso, diz Regina, é importante formar pedestres conscientes ainda antes deles se tornarem motoristas. Para atingir este objetivo, a educadora destaca a importância dos órgãos de trânsito realizarem palestras e aulas interativas nas escolas.

Legislação

De acordo com Artigo 69 do Código de Trânsito Brasileiro, para cruzar uma via, o pedestre deve levar em conta a pista de rolamento. Neste caso, o pedestre tomará precauções de segurança, levando em conta, principalmente, a visibilidade, a distância e a velocidade dos veículos, utilizando sempre as faixas ou passagens a ele destinadas sempre que estas existirem em uma distância de até 50 metros dele.

Carros precisam esperar pedestres 

O membro da Comissão de Direito do Trânsito da seccional goiana da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-GO) e especialista em Perícia em Acidente de Trânsito e Normatização do Trânsito Idelton Gomes da Silva Júnior explica que caso o pedestre esteja atravessando a faixa onde existe semáforo e o sinal ficar verde para os carros, os veículos precisam esperar que as pessoas terminem a travessia. “É comum vermos pedestres correndo quando o sinal fica verde porque os carros começam a acelerar. Está completamente errado. A pessoa pode cair e um acidente grave acontecer”, diz o especialista.

A advogada Jéssica Alves, 22, foi atropelada por uma moto enquanto atravessava uma faixa de pedestre na Avenida Rio Verde, em Aparecida de Goiânia. Ela desceu da calçada quando o carro que estava do lado direito da via parou, mas um motociclista não teve a mesma atitude e a atingiu. “Na hora, o homem ficou muito alterado e dizia que não era obrigado a parar na faixa. Machuquei muito uma das pernas e fiquei com ela engessada por meses”, conta Jéssica.

O gerente de educação no trânsito da Secretaria Municipal de Trânsito Transporte e Mobilidade (SMT), Horácio Ferreira, afirma que os conflitos causados no trânsito em relação à faixa de pedestre acontecem por causa da falta de prudência. “Os condutores conhecem as regras, mas insistem em permanecer no erro, se comportando de forma egoísta. O excesso de velocidade também contribui para que os veículos não parem na faixa”, avalia Ferreira.

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