Candidatos farão provas com presos

Com o fim do prazo para a desocupação de escolas em todo o Brasil, na segunda-feira (31), o Instituto Nacional de Estudos

Postado em: 02-11-2016 às 06h00
Por: Sheyla Sousa

Com o fim do prazo para a desocupação de escolas em todo o Brasil, na segunda-feira (31), o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) divulga, nesta terça (1º), os locais de prova que não poderão ser utilizados nos dias 5 e 6 de novembro para a realização do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). A expectativa é que o exame para os alunos que fariam o Enem em uma das escolas ainda ocupadas seja realizado junto com candidatos que estejam presos e jovens que cumprem medidas socioeducativa, em 6 e 7 de dezembro.
Até às 12h, o Inep receberá um relatório do consórcio aplicador do exame informando a situação de todos os 16.476 locais de aplicação do Enem 2016 e consolidará uma lista final das unidades em que não serão aplicadas as provas em função das ocupações. A confirmação das mudanças deve ser anunciada ainda na tarde desta terça-feira.
As ocupações ocorrem em diversos estados do país. Grupos de estudantes ocupam escolas, universidades, institutos federais e outros locais. Os estudantes são contra a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que limita os gastos do governo federal pelos próximos 20 anos, a chamada PEC do Teto. Estudos mostram que a medida pode reduzir os repasses para a área de educação, que, limitados por um teto geral, resultarão na necessidade de retirada de recursos de outras áreas para investimento no ensino. O governo defende a medida como um ajuste necessário em meio à crise que o país enfrenta e diz que educação e saúde não serão prejudicadas.
Os estudantes também são contra a reforma do ensino médio, proposta pela Medida Provisória (MP) 746/2016, enviada ao Congresso. Para o governo, a proposta irá acelerar a reformulação da etapa de ensino que concentra mais reprovações e abandono de estudantes. 
Os estudantes do Paraná chegaram a pedir ao MEC que transferisse os locais de prova, a exemplo do que os Tribunais Regionais Eleitorais fizeram no 2° turno das eleições desse final de semana. O prazo, no entanto, foi mantido. Em coletiva de imprensa, quando anunciou que cancelaria a prova, o ministro da Educação Mendonça Filho, disse que "não tem logística" e acrescentou que a pasta "não pode ficar submetida ou submeter a prova à conveniência de uma ocupação ou desocupação pela vontade de um determinado grupo".

Veja Também