Líderes de tráfico internacional são de Goiás

Investigação realizada pela Polícia Federal apontou o envolvimento direto de dois goianos com a distribuição de drogas produzidas no Paraguai para os estados de Goiás, Pará, Distrito Federal e Mato Grosso do Sul. A Operação ‘Cavalo Doido’, deflagrada na manhã de sexta-feira (4), é considerada uma das maiores realizadas pela Polícia Federal nos últimos anos e teve como principal objetivo desmantelar a organização criminosa liderada pelos goianos. 
O nome dos suspeitos não foi divulgado, mas um deles foi preso na manhã de sexta em Anápolis. Até o fechamento desta edição do O HOJE, o outro líder da quadrilha ainda estava foragido. Ao todo, foram expedidas 81 medidas judiciais, sendo 21 mandados de prisão preventiva, 11 mandados de prisão temporária, 15 conduções coercitivas e 34 mandados de busca e apreensão, cumpridos em Goiás e no Mato Grosso do Sul. 
Estima-se que o grupo tenha movimentado mais de R$ 1 bilhão. Foram bloqueadas 80 contas bancárias do grupo. Mais de 200 policiais participam da operação, que teve parceria com a Polícia do Paraguai, onde foi realizada a destruição dos plantios de droga nas fazendas de propriedades do grupo criminoso.

Diligências 
De acordo com o chefe da Delegacia de Repressão a Drogas da Polícia Federal em Goiás, Bruno Gama, a investigação começou no ano passado, quando foi realizada a apreensão de mais de duas toneladas no Mato Grosso do Sul. Com isso, a polícia descobriu que se tratava da organização que mandava drogas para Goiás. Com o reconhecimento da logística de distribuição, os dois líderes foram localizados em Goiás. Desde o início da investigação, 10 toneladas de entorpecentes de responsabilidade do grupo foram apreendidas, armas e carros de lixo.
Ainda de acordo com Gama, alguns suspeitos foram presos durante a investigação, por isso a Polícia Federal levou mais tempo para identificar todo o esquema. A maior parte dos integrantes da quadrilha tem passagem na polícia por tráfico de drogas. Entre os entorpecentes apreendidos, a maior parte é formada por maconha, mas quantidade de cocaína também se destaca. 

Logística
A operação foi nomeada ‘Cavalo Doido’ em referência ao modo que a quadrilha transportava a droga. Os veículos utilizados tinham bancos e acessórios arrancados e todo o espaço era ocupado com grande quantidade de drogas, sem qualquer tipo de disfarce. Carregado, o carro vinha em grande velocidade, sem paradas, e sem respeitar qualquer tipo de sinalização ou autoridades públicas. O objetivo era evitar perdas e chegar o mais rápido possível ao ponto onde o entorpecente seria vendido.
Os investigados responderão por tráfico internacional de drogas, associação para o tráfico, corrupção ativa, tráfico internacional de armas, adulteração de arma de fogo e porte ilegal de armas. Somadas as penas podem ultrapassar 30 anos.