Seja on line ou em pontos físicos, vendas de produtos usados movimenta varejo

Mesmo com a venda online de mercadoria usadas, os pregoes são uma opção boa e barata. Para analista, o mercado atinge todas as áreas sociais

Postado em: 05-11-2016 às 06h00
Por: Toni Nascimento
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Mesmo com a venda online de mercadoria usadas, os pregoes são uma opção boa e barata. Para analista, o mercado atinge todas as áreas sociais

Wilton Morais
A compra de mercadorias ofertadas em pregoes chama a atenção pelos produtos bons, baratos e acessíveis aos diversos públicos consumidores. O valor abaixo das tradicionais lojas de eletrodomésticos, móveis e similares são os principais atrativos. No mercado, seja online ou nos pólos de mercadorias usadas, o cliente pode encontrar de tudo, desde uma geladeira em bom estado a uma chapa de sanduíches. Sofás, mesas e cadeiras são outros atrativos que possuem preços até 50% mais baratos do que os comercializados nas lojas convencionais. Antiguidades também chamam a atenção, como móveis rústicos.

José Márcio da Silva é proprietário de um pregão na Vila Brasília, para o comerciante, os produtos de eletrodomésticos são os mais procurados. “Sem duvida as pessoas olham primeiro o preço da mercadoria. Uma geladeira pode custar de R$ 200 a R$ 800, em relação a uma nova mercadoria pode chegar de 50% a 60%”, exemplifica o comerciante. Apesar dos preços acessíveis, José alerta que as pessoas muitas vezes passam pelo o pregão apenas para “dar uma olhadinha”, na mercadoria.

Para o empresário a compra online de mercadorias usadas tem prejudicado as vendas. Na internet, o consumidor consegue acessar produtos específicos, e de diversas regiões diferentes do país, o que proporciona maiores opções de compra.  “Ter a lojinha já foi bom, mas nos últimos anos, o trabalho está sendo suficiente apenas para comer. Nos últimos cinco anos, as vendas caíram 70%”, problematiza. 

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Mesmo com os obstáculos do comércio, a operadora de caixa Katiana Dias Carneiro possui em sua casa um sofá, uma geladeira e um armário, todos adquiridos em pregões. Segundo a operadora, a compra online não é algo confiável. “Encontro aqui muita coisa boa e nova. Costumo olhar, pegar na mercadoria, verificar a beleza, se não há algum arranhão. Quando é algo eletrônico verifico o motor, se está em bom estado”, conta. 

Consumo
A falta de dinheiro não é o principal ponto que leva as pessoas a comprarem em pregoes, conforme a analista do Sebrae Polyanna Marques Cardoso. “A busca por este tipo de compra não é exclusividade da população de baixa renda, trata-se de uma oportunidade de negócio, que é aproveitada por todo o tipo de cliente”.
Para a analista, a regra é economizar, buscando alternativa que contribua com o melhor aproveitamento do orçamento familiar, seja o mercado do pregão online ou não. “Outro motivo para esta procura é a questão de conscientização ambiental, relacionada à reaproveitamento de tudo que for possível, visando menor impacto sob os recursos diversos”.

Preconceito
Apesar do comércio em pregões ser antigo, a gerente de um pregão, também na Vila Brasília, Maria Lúcia disse que os pregoes ainda são mal vistos, até mesmo pela clientela. O motivo é a compra e venda de produtos roubados. “A situação não pode ser vista assim. Os donos de pregões possuem registros na prefeitura, CNPJ e todas as outras documentações. Assim como as lojas de mercadorias novas, não compramos mercadorias roubadas e nem vendemos. Diariamente a fiscalização vêem até os pregoes verificar isso”.

Maria Lucia informa ainda que todo o material adquirido e comprado nesses estabelecimentos são registrados através do recibo e dos livros de entrada e saída das lojas. “Especificamos tudo, quem vende ou compra algum produto no pregão deverá informar o CPF e o nome. Se a fiscalização encontrar algo roubado, terá meios de encontrar quem vendeu essa mercadoria”, defende.

De acordo com a superintendente do Procon, Darlene Araújo as lojas que vendem produtos usados devem respeitar as regras do Código de Defesa do Consumidor, o que garante a segurança do cliente e do proprietário do pregão. “As regras são iguais para lojas de produtos novos quanto usados, tanto a lei da troca, da entrega dos bens e a disposição do telefone 151 para reclamações devem obedecer às regras de relação de consumo”, afirma a superintendente.
Segundo a superintendente, não existem números elevados de reclamações sobre os pregões de Goiânia. “A Proteção do consumidor é a nota fiscal, o cliente deve pedir o documento. Os estabelecimentos que não oferecem podem ser considerados receptadores de mercadorias roubadas”, explica.
 

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