Falta material reciclável nas cooperativas de Goiânia

Comurg aponta falta de cuidado do cidadão na hora de separar o lixo e coletores independentes como agravantes do problema

Postado em: 08-11-2016 às 08h00
Por: Redação
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Comurg aponta falta de cuidado do cidadão na hora de separar o lixo e coletores independentes como agravantes do problema

Karla Araujo

Responsáveis por cooperativas de reciclagem cadastradas pela Prefeitura de Goiânia reclamam da baixa na quantidade de material levado a estes locais pelos caminhões responsáveis pela coleta seletiva. Lorena Zemir Pereira de Souza é presidente do Grupo de Catadores de Materiais Recicláveis Fênix Carrossel. Ela afirma que já chegou a receber dez caminhões com materiais recicláveis em um dia, mas hoje a demanda é de, no máximo, seis. 

Diante da situação, Lorena teve que reduzir a quantidade de pessoas que trabalham no local. “Antes, tínhamos 20 pessoas conosco, hoje não dá para passar de 16 por dia. Como estamos no Jardim Petrópolis, é ainda mais difícil que os caminhões cheguem a nós. As cooperativas que estão em bairros centrais recebem mais materiais, e isso é compreensível”, afirma Lorena. A presidente afirma ainda que moradores reclamam da falta de periodicidade dos caminhões da coleta seletiva. “Às vezes, a rota ou o dia mudam, e a população não é avisada. Com isso, o caminhão de lixo orgânico acaba pegando o lixo reciclável”, diz Lorena. 

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Já o presidente da Cooperativa dos Coletores de Material Reciclável Beija Flor, Claubi Teixeira Lemos, afirma que cerca de 10 caminhões deixam material na cooperativa, localizada no Setor Criméia Oeste, todos os dias. Entretanto, Claubi afirma que percebeu queda na quantidade de recicláveis que chegam nos caminhões, ele acredita que isso se deve ao fato de os veículos estarem rodando menos tempo que o necessário.
 
Dulce Helena do Vale é presidente da Cooperativa dos Catadores de Material Reciclável ‘Reciclamos e Amamos o Meio Ambiente’ Cooper Rama, localizada no jardim Curitiba III, e afirma que a quantidade de material reciclável encaminhado pela prefeitura caiu cerca de 40%. “A população já parou de acreditar no serviço há algum tempo por causa da falta de regularidade”, afirma Dulce. Ela destaca a falha no sistema que ocorreu na última semana como agravante para o problema.

Por problemas com a empresa Ita, que terceiriza os caminhões da coleta seletiva, o serviço ficou parado durante uma semana – entre os dias 27 de outubro e 3 de novembro.

Dificuldades

Por meio da assessoria de imprensa, a Companhia de Urbanização de Goiânia (Comurg) confirmou o problema ocorrido na última semana, mas afirmou que o serviço já foi normalizado. Ao todo, 16 caminhões fazem a coleta seletiva. 

A Comurg informou ainda que os caminhões deixam materiais nas cooperativas autorizadas de acordo com a capacidade de cada uma. Mesmo assim, também confirmou que recicláveis são deixados para trás durante a rota pela necessidade de fazer o trajeto rapidamente. A companhia ainda destacou a falta de cuidado de alguns cidadãos de separar o lixo e o trabalho de coletores independentes como motivos para a baixa na quantidade de material que chega às cooperativas. As campanhas publicitárias educativas foram cortadas em todas as áreas da prefeitura, inclusive da coleta seletiva, devido à contensão de gastos. A Comurg negou que exista aletração nas rotas e horários da coleta seletiva em Goiânia. 

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