Projeto prevê cartão retornável para transporte coletivo

Cartão expresso valerá apenas para uma viagem e o valor do objeto será posteriormente devolvido

Postado em: 10-11-2016 às 09h49
Por: Renato
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Cartão expresso valerá apenas para uma viagem e o valor do objeto será posteriormente devolvido

Caio Marx
Um novo cartão sitpass, usado para apenas para uma viagem, será implantado em Goiânia, a partir de 15 de novembro. Inicialmente, com caráter experimental disponibilizado nas linhas dos terminais Recanto do Bosque, Maranata e Nerópolis, posteriormente, será expandido para os demais terminais. O novo cartão tem um caráter complementar, pois não substitui nenhum outro cartão. O custo para adquiri-lo será de R$5,50 e o cartão será vendido pelos motoristas.

Segundo a Rede Metropolitana de Transportes Coletivos (RMTC), atualmente, 99% dos usuários adquirem o sitpass antes de embarcar nos ônibus, então a criação do cartão Sitpass Expresso é justamente para atender a parcela de 1% dos usuários, sem sitpass. A passagem não sofrerá aumento continuará R$ 3,70. O usuário será ressarcido do valor de R$ 1,80 mediante a devolução do cartão. Para o reembolso basta que o Cartão Sitpass Expresso seja devolvido em qualquer uma das bilheterias dos terminais de integração ou na Loja Sitpass na Rua 4, Centro.

Os usuários do transporte coletivo ouvido pelo O Hoje não aprovam a idéia, pois com o cartão expresso, o motorista exercerá outra função além de estar concentrado na direção do ônibus. Para, Andre Luiz, vigilante em Goiânia, a venda dos cartões pelos motoristas fará com que o deslocamento dos ônibus se torne ainda mais lentos, “Todas as viagens são extremamente demoradas, os ônibus sempre atrasam mesmo com os horários que são informados no aplicativo da RMTC, com os motoristas fazendo serviço de cobrador, nós usuários só temos a perder tempo de viagem e segurança com dinheiro rodando nos veículos”, afirma o vigilante.

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Para o técnico em mecatrônica, Marinho Ferreira dos Santos, a insegurança nos ônibus que já está em alta, vai aumentar muito mais. “Temo pela insegurança gerada com os motoristas trabalhando com dinheiro ‘vivo’, recebendo e passando troco, isso despertará inúmeras ações de ladrões, o que se torna perigoso, tanto para o motorista que se torna o alvo principal quanto para nós usuários, pois quando os marginais chegarem para assaltar, aproveitará para roubar todos”, lamenta Marinho.

O sindicato dos Trabalhadores em Transporte Rodoviário do Estado de Goiás (SINDITTRANSPORTE) informou a equipe do O Hoje que não foi recebida nenhuma notificação ou proposta por parte da RMTC. O Sindittransporte ressaltou que a empresa de transporte coletivo realizou acordo diretamente com os motoristas, e até o momento não houve reclamação por parte da categoria dos motoristas.

Ainda de acordo com a RMTC, o motorista só poderá atender os usuários com o ônibus devidamente parado, sem causar congestionamento no trânsito. O acordo realizado com os motoristas foi que eles seriam remunerados em programa de participação em resultados, de acordo com a quantidade de cartões vendidos, e que o foco principal é melhorar o atendimento ao usuário que muitas vezes passa toda a viagem na parte da frente do ônibus, pois não tem o Cartão Fácil ou Sitpass.

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