Moradores da Vila São José temem novas enchentes

Com chegada das chuvas a população fica apreensiva com novos desastres

Postado em: 11-11-2016 às 08h19
Por: Renato
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Com chegada das chuvas a população fica apreensiva com novos desastres

Bruna Policena

Os moradores da Vila São José que sofreram com as enchentes do dia 19 de janeiro deste ano ainda não conseguem dormir tranquilos quando a previsão é de chuva. O bairro fica localizado no encontro entre os córregos Anicuns e Cascavel, o canal recebe  grande volume de água, lama e lixo que vem desde o córrego do Vera Cruz e corta a cidade arrastando toda a água que escorre das ruas de Goiânia. Chegando novamente o período de chuvas, os moradores esperam ações preventivas por parte da prefeitura como os diques já feitos para elevar as barragens do rio.
 
O órgão responsável pela construção do dique é a Secretaria de Infraestrutura (Seinfra) e o órgão informa que é feito o monitoramento da área e que faz a manutenção constante do dique feito no córrego Cascavel e Anicuns na Vila São José. Segundo a pasta, a manutenção diz respeito à recomposição ou elevação do dique para evitar o transbordamento da água. São utilizados materiais como terra, brita, cascalho.   A ampliação do dique próximo à ponte da Avenida Leste Oeste ainda está em andamento.

A Seinfra afirmou ser responsável pelas obras, mas as indenizações não são de responsabilidade do órgão. Em visita ao local, o Jornal O Hoje confirmou a existência do dique na área mais afetada bem como um aterramento em outros pontos de risco em margens residenciais. No último domingo (6) teve uma chuva de volume considerável que preocupou moradores como o casal Elmira Pedrosa, 72, e Eisdeman Evangelista, 69.

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Moradores

Moradores da Vila São José desde 1987, Elmira afirma que quando comprou a casa, a região que margeia o córrego Cascavel já era toda loteada e escriturada, e desde o início pagavam impostos. Seu marido conta que a maioria de seus visinhos também são idosos e tem condições de vida consideráveis.  Os moradores vivem ali desde a década de 70 e já passaram por cinco enchentes assustadoras. A região é muito baixa e a água sobe muito rápido e não escoa, afirma dona Elmira. Alem do aterramento, foi canalizada para o rio a água que escorre da rua e isso ajuda no escoamento mais rápido.

Segundo o casal também foi feita uma visita de representantes do governo, que catalogou as áreas atingidas e visitou os moradores que perderam bens matérias. E moradores afirmam que foram indenizados em R$ 3 mil, mas que o dinheiro não cobriu os prejuízos da chuva de janeiro. Eisdeman conta que o dinheiro deu para pagar a pintura da casa. Mas a dona Elmira relata que já perdeu três guarda-roupas e todos os móveis foram estragados, bem como as paredes que estão mofadas e com infiltração. 

O técnico e gestor ambiental, Fernando Yuri Silva, de 22 anos, explica que a região que margeia os córregos deveriam ser Áreas de Preservação Permanente (APPs) e não poderiam de forma alguma ser habitadas, por ser um espaço originário de mata ciliar, que tem a função de proteger os rios e absorver a água excedente das chuvas. Como desapropriar esses moradores hoje é inviável, as medidas de aterramento tomadas pela prefeitura são para curto prazo e também não resolve o problema. É preciso não jogar lixo nas ruas, canalizar as enxurradas e alargar o canal do rio. Estruturar as barragens só com terra não é suficiente. 

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