Alfabetização é prioridade nas escolas

Anualmente, o índice de alfabetização vem crescendo em Goiás, ainda assim é necessário que estudantes sejam orientados com acompanhamento sistemático e individual

Postado em: 21-11-2016 às 06h00
Por: Redação
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Anualmente, o índice de alfabetização vem crescendo em Goiás, ainda assim é necessário que estudantes sejam orientados com acompanhamento sistemático e individual

Wilton Morais

Dados da Secretaria de Estado de Educação, Cultura e Esporte (Seduce), apontam um crescimento anual no índice de alfabetização. Em 2015, 98% das crianças entre seis e oito anos foram alfabetizadas em todo o Estado. Em 2014, o índice de alfabetização estava na marca de 96,4% dos alunos no ciclo de alfabetização. De acordo com a superintendente de Ensino Fundamental da Seduce, Márcia Antunes, para acabar com o analfabetismo é necessário um trabalho focado na orientação e no acompanhamento sistemático e individual das crianças que não conseguem acompanhar o crescimento de sua turma.

Para a superintendente, os índices de alfabetização ainda não superaram a marca de 100% devido às particularidades, o que inclui a chegada tardia de alunos nas escolas. “Algumas aparecem na escola apenas no terceiro ano do ensino fundamental, as dificuldades especificas do aluno fazem com que ele se desenvolva no tempo dele”. Conforme Márcia, a expectativa é que o número tenha crescimento no final deste ano, em proporção semelhante aos anos anteriores.“O nosso intuito é que todos cheguem nessa meta. Na proporção de crescimento dentro da linha que já seguimos”, afirma.

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Ao concordar, a professora do ensino fundamental, Juliane Moura de Oliveira, disse que as crianças do ensino básico não vão a escola, apenas por irem.  “É preocupante o trabalho que temos com elas. Como professores temos que desenvolver em cada aluno a capacidade de letrar. Isso significa desenvolver a leitura do mundo, com base na escolha e conhecimento de cada um deles”, explica. Para a professora, desenvolver a habilidade de cada aluno, com base no conhecimento prévio adquirido até os seis anos deve ser um dos itens valorizados na escola.

Comunidade

Analisar o contexto do ensino é um dos fatores considerados pela professora Juliane. “Não adianta falarmos da ‘Disney’ para alunos que não possuem essa realidade. Ao buscar o que eles vivem, resgatamos o que esses estudantes possuem de prazeroso. Trazer a bolinha de gude, o peão, o futebol entre outros aspectos da realidade deles, motivam e torna o ensino prazeroso”, exemplifica. 

A professora também acredita que a educação já cresceu bastante, porém, ainda há muito o que ser feito com o advento tecnológico. “Devemos buscar novas tecnologias para a sala de aula. Se atualizar e trazer novas habilidades. O aluno e o professor só tem a ganhar com isso”. Dessa forma alunos que chegaram na escola com grandes dificuldades merecem destaque. “Com o atendimento esses estudantes conseguem desenvolver a escrita, a leitura e a resolução das contas, o que é uma ruptura dos limites”, considera Juliane.

Dos 35 estudantes que a professora ensina, em torno de três a quatro alunos, precisão de acompanhamento com Neurologista e Pedagogo, além de reforço especial para auxiliar nas dificuldades. “É uma experiência gratificante e desafiadora, trabalhamos além da alfabetização com crianças de várias realidades diferentes, dificuldades e habilidades. O professor deve ter muito jogo de cintura e acreditar no que faz”, revela a professora.

A capacidade dos docentes é parte do processo de ensino. Semanalmente, os professores do Colégio Estadual Jardim das Aroeiras, onde Juliane leciona, realizam um estudo coletivo. “Trocamos e debatemos questões do momento, temos um profissional que nós capacita diariamente, isso é algo a mais para nossa capacitação profissional em alfabetizar”. 

Educação

Na semana passada, foi comemorado o dia nacional da alfabetização, destacado desde 1966. Escolhida pelo Governo Federal, a data tem como finalidade relembrar a criação do Ministério da Educação, assim como uma forma de intensificar o combate ao analfabetismo. “Por vários momentos da história, a população não possuía a consciência em alfabetizar. A escola não era universalizada. Atualmente temos esse direito, mas precisamos da qualidade do ensino”, relembra a superintendente.

Nesta semana, também se iniciou a Avaliação Nacional de Alfabetização (Ana). Em todo o País, o Ana irá verificar se os alunos das escolas do ensino fundamental básico realmente alfabetizaram seus alunos. “Teremos um diagnóstico que poderá nós auxiliar na tomada de decisões e intervir no processo de melhoria dos resultados”. De acordo com Márcia, desde 2001, a avaliação aponta avanços na construção do processo. “Não abandonamos os programas do governo, mas sim adequamos todos para continuar as políticas de alfabetização”, disse.
 

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