História em quadrinho ainda marca gerações

Colecionadores de gibi abastecem o comércio se sebos do Centro da cidade

Postado em: 26-11-2016 às 13h10
Por: Toni Nascimento
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Colecionadores de gibi abastecem o comércio se sebos do Centro da cidade

Alguns sebos ainda resistem graças à paixão de colecionadores que se perdem nas prateleiras de histórias em quadrinhos, e são verdadeiros caçadores de gibi. Muitos já tiveram a oportunidade de ver algum desses mais antigos ou a chance de herdar coleções dos pais, avós. As histórias do Homem Aranha, do Tex e do X Men, por exemplo, marcaram gerações que antecederam a era dos desenhos animados na televisão e os HQs foram a principal fonte de imaginação infantil.

E essas mesmas crianças hoje são os colecionadores mais apaixonados por esse mundo, e cultivam essas revistas como um bem material e afetivo. Um dos mais conhecidos sebos do Centro, o Hocus Pocus, tem dos mais variados tipos de revistas de gibis da Disney, de super heróis e mangás. E o dono do comércio, o Moacir Junior, mais conhecido como Junin, conta que tem a loja desde 1992 e o público é muito variado. Tem os apaixonados por heróis, que na sua maioria são adultos, e os que cultivam os mangás e a cultura oriental.

O colecionador Eddy Bruno, de 36 anos, é um desses apaixonados pelo mundo dos HQs e entre os intervalos da vida adulta, cultiva esse nostálgico gosto pelos sebos e gibis. Ele é auxiliar administrativo e prepara-se para casar. E conta que herdou esse  gosto do seu pai, que era colecionador, e além da memória, ficou com algumas revistas que deu inicio a sua própria coleção. Junto com um primo por quem tinha muita estima, começou uma coleção conjunta e hoje, só na sua casa tem cerca de 300 gibis. 

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Quando criança costumava ler as revistas do Homem Aranha, Batman e do Tex. Ele relata que seu pai chegou a ter todas as revistas do Tex. Com uma mudança de casa repentina, acabou por perder alguns gibis. E hoje ele usa do seu tempo livre para completar novamente a coleção e estar à par de outros lançamentos. Segundo o colecionador, as editoras costumam atualizar as histórias, lançar em outros formatos, e sempre tem coisas novas. As revistas antigas são chamas de “formatinho”, que são as mais procuradas por conta da nostalgia.

Valores 

Os preços são variados. O dono do sebo explica que há uma boa venda de quem procura esses formatinhos, mas que também as releituras de HQs em capa dura têm feito muito sucesso para quem gosta da estética mais elaborada. Eddy Bruno também procura os gibis mais raros na internet, apesar de que no sebo é mais viável para ele, pois é possível tocar e ver as condições da revista, e com o frete da compra online, acaba igualando ao preço do sebo. Uma revista do Tex, por exemplo, sai a R$ 3 ou R$ 4 na loja. 

Em sua última compra, na semana passada, o colecionador conseguiu adquirir 10 exemplares do X Men, lançado na década de 1980 no Brasil. Ele explica que para se definir colecionador, basta gostar e se dedicar a achar e ler esses gibis. Explica que também tem muitos colecionadores que não acumulam revistas. O dono do sebo confirma que muitos compram edições antigas e muito procuradas, lêem e depois devolvem como valor de troca para pegar outras edições ou novas coleções. É uma forma de circular esse gibi.

Colecionadores apostam em trocas

Muitos sebos já estão fechados, como conta Junin. E a maioria que ainda resiste, precisa abrir o comércio para venda de outras coisas, como camisetas, incensos, e outros itens de coleção. Na Hocus Pocus, o dono afirma que 80% dos produtos presentes na loja são gibis. Mas que só a venda deles não mantém o comércio e a sua renda. Para trabalhar em uma loja como esta é preciso basicamente estar inserido nesse mundo dos quadrinhos e conseguir se encontrar no meio das imensas prateleiras de gibi.

Muitos colecionadores promovem feiras de trocas e de vendas para conseguirem achar aquelas revistas mais raras e completar suas coleções. A biblioteca do Sesc Goiás da rua 19, no Centro, oferece um espaço de troca de gibis para aqueles amantes que querem repassar as revistas antigas, já lidas e pegar novas histórias. A troca é gratuita, basta ir à biblioteca e deixar seus gibis com algum funcionário e ir à prateleira escolher qual levar. Apesar dos anos que se passaram o formatinho Gibi lá da década de 40 ainda é muito presente na vida desses apaixonados e vêm conquistando a moçada. 

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