Maioria dos moradores de rua vive no Centro

Dentre os indivíduos que foram encontrados nas ruas 46,4% estavam na região central, seguidas pelas regiões Sul (15,8%), Oeste (11,5%) e Leste de Goiânia (10,0%)

Postado em: 29-11-2016 às 11h05
Por: Renato
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Dentre os indivíduos que foram encontrados nas ruas 46,4% estavam na região central, seguidas pelas regiões Sul (15,8%), Oeste (11,5%) e Leste de Goiânia (10,0%)

Caio Marx

Com a chegada do final do ano há um
aumento significativo nas pessoas que vivem em situação de rua, excluídos da
sociedade e marginalizados habitando diversos pontos de Goiânia como viadutos,
praças e becos. A
Secretaria Municipal de Assistência
Social (Semas) realiza ações voltadas para reinserção familiar por meio do
Centro Pop e Casa da Acolhida Cidadã que são unidades criadas para auxiliar
moradores em situação de rua em Goiânia.

Segundo relatos das pessoas
atendidas pelas equipes de abordagem social de rua, uma das hipóteses para o
aumento de moradores de rua no final do ano seria o aumento das doações
realizadas pela população, pois nessa época existe mobilização para doações de
roupas, calçados e brinquedos.
Não significa,
porém, que tenha ocorrido aumento de pessoas em situação de vulnerabilidade. A
diferença é que grande parte dos que vêm para os centros urbanos nesses
períodos encontram lugares que os recebam.

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O Centro Pop e Casa da
Acolhida Cidadã são unidades que fazem parte das práticas de políticas
públicas. O serviço é ofertado para pessoas que utilizam as ruas como espaço de
moradia ou sobrevivência. As atividades realizadas são voltadas para a
reinserção familiar dessas pessoas e encaminhamento para o mercado de trabalho.
No Centro Pop são ofertadas oficinas, roda de conversa e atividades culturais
diversas, que são distribuídas durante a semana, com o objetivo de desenvolver
a coletividade e favorecer o fortalecimento da autoestima
.

Universidade Federal de Goiás (UFG) tem um
estudo realizado com a população em situação de rua na cidade de Goiânia. O
estudo foi realizado para subsidiar a elaboração de políticas públicas
específicas para essas pessoas. Dentre os
indivíduos que foram encontrados nas
ruas 46,4% estavam na região central de Goiânia, seguidas pelas regiões Sul
(15,8%), Oeste (11,5%) e Leste (10,0%).

 A
concentração da população em situação de rua na região do centro de Goiânia se dá
por diversos fatores. Entre eles, podemos dizer que o Centro é uma região com alto
número de comércio, permitindo ação dos pedintes. Além disso, devido ao grande
fluxo de pessoas, os moradores de rua conseguem exercer atividades como bicos
de vigia de carros, flanelinha e ambulantes. No Centro, há uma maior
assistência por parte do governo, tanto na preservação de serviços urbanos,
quanto serviços de assistência social, pois a Casa da Acolhida Cidadã, o
Restaurante Cidadão, a SEMAS e o Complexo 24 horas, ficam localizados nesta
região.

Homicídios

Nos últimos três anos em
Goiânia, 61 moradores em situação de rua foram mortos de acordo com o estudo da
UFG. Um número alarmante se comparado ao total de 351 pessoas que vivem nas
ruas da capital. Até junho deste ano, sete
moradores de rua foram assassinados em
Goiânia.

Entre os vitimados, o estudo declara que
o principal agente da violência foram outras pessoas em situação de rua
(63,5%), seguido de não identificados (37,3%), polícia militar (34,9%), moradores
da região (15,1%). Quando é somado os agentes estatais (Polícia Militar,
Polícia Civil e Guarda Municipal) o número chega a 41,3%. Por ultimo, como
agentes da violência, aparecem os traficantes de drogas (7,9%) e comerciantes
(4,8%).

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