Tripulante do voo da Chapecoense diz que sobreviveu graças à posição fetal

Tumuri ficou em posição fetal com uma mala entre as pernas, mas afirma que muitos passageiros ficaram em pé devido ao nervosismo

Postado em: 30-11-2016 às 11h00
Por: Redação
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Tumuri ficou em posição fetal com uma mala entre as pernas, mas afirma que muitos passageiros ficaram em pé devido ao nervosismo

Começa hoje (30) a difícil tarefa de identificação dos
corpos das 71 pessoas que morreram no acidente aéreo com a equipe da
Chapecoense, na noite de segunda-feira (28),a 17 quilômetros (km) do aeroporto
internacional de Rionegro, no Noroeste da Colômbia.

Nesse mesmo aeroporto tem chegado nas últimas horas,
procedentes do Brasil, os familiares das vítimas para ajudar na identificação
dos corpos.

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O estado de saúde dos seis sobreviventes ainda é delicado,
especialmente dos três jogadores. O lateral Alan Ruschel sofreu traumatismo na
coluna e já passou por uma cirurgia bem-sucedida. O goleiro Jackson Follman
teve uma perna amputada, após ter dado autorização aos médicos para o
procedimento. O estado de saúde do zagueiro Hélio Neto, que sofreu um
traumatismo craniano, é o mais grave.

O jornalista Rafael Henzel, a comissária de bordo Ximena
Suárez e o técnico da aeronave Erwin Tumiri estão em condições mais estáveis,
porém com ferimentos graves. Tumiri contou à equipe de resgate que conseguiu
salvar a própria vida seguindo os procedimentos de segurança indicados. Ele
disse que ficou em posição fetal com uma mala entre as pernas, mas que muitos
passageiros, com o nervosismo do momento, haviam ficado em pé.

Possíveis causas do acidente

Já foram encontradas as duas caixas pretas, que devem oferecer
melhor panorama do que aconteceu. A hipótese mais plausível é de que o
combustível tenha acabado, o que teria provocado uma falha elétrica total. A
comissária de bordo que sobreviveu disse aos socorristas que lembra apenas que
as luzes do avião começaram a se apagar progressivamente.

O que está sendo discutido é por que o avião não teve ou não
solicitou autorização imediata para pousar, mas foi direcionado para dar duas
voltas em um perímetro próximo ao aeroporto, enquanto outra aeronave,
procedente do Panamá, que havia anunciado uma perda de combustível, obteve
prioridade para o pouso imediato.

Peritos em segurança aeronáutica consultados pela imprensa
colombiana opinaram que é inexplicável esse tipo de avião ter sido usado para
cobrir uma distância de 2.265 km, distância entre Santa Cruz de la Sierra e o
aeroporto José María Córdoba. Segundo eles, esse é quase o limite de autonomia
de voo desse tipo de aeronave.

Mundo inteiro de luto

O mundo do futebol está de luto, e vários times do planeta
prestaram homenagens às vítimas. Na Colômbia, o clima é de consternação total.
Os governos nacional e local têm mobilizado muitas pessoas para ajudar no
resgate e na identificação dos corpos, nas buscas no local do acidente e no
atendimento aos familiares que estão chegando ao país.

Por sua vez, o Atlético Nacional, time contra o qual a
Chapecoence iria disputar a final da Copa Sul-Americana, pediu à confederação
de futebol para dar o título ao clube da cidade de Chapecó, como uma homenagem
aos  que morreram no acidente.

Nesta quinta-feira (1°), haverá um tributo de toda a torcida
do Nacional no Estádio Atanasio Girardot, onde deveria ocorrer o jogo entre os
dois times, na primeira partida da final do campeonato.

Foto: reprodução 

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