Saneago investiu R$ 240 milhões em esgoto na Região Noroeste da Capital

Com as obras finalizadas em 2015, a empresa visa a conscientização da população para aderir ao projeto de saneamento básico. Em alguns setores, moradores reclamam que não darão conta de pagar tarifas cobradas

Postado em: 02-12-2016 às 08h00
Por: Redação
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Com as obras finalizadas em 2015, a empresa visa a conscientização da população para aderir ao projeto de saneamento básico. Em alguns setores, moradores reclamam que não darão conta de pagar tarifas cobradas

Bruna Policena

As obras de implantação de rede de esgoto iniciadas em abril
de 2013 e encerradas no final de 2015, priorizaram a região Noroeste de
Goiânia, que foi escolhida para começar um projeto que visa atender cerca de
150 mil moradores de 40 bairros da cidade, realizando mais de 50 mil novas
ligações domiciliares em 881 quilômetros de redes, de acordo com a Companhia de
Saneamento de Goiás (Saneago). A Saneago ainda vai fazer uma nova licitação para
concluir o restante da rede de esgoto na região.

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No entanto, muitos moradores da região Noroeste de Goiânia
ainda não ligaram suas casas às redes de esgoto instaladas pela Saneago por
conta dos custos e transtornos gerados pela obra. Segundo a companhia, a interligação
das instalações internas do imóvel à rede da Saneago é de responsabilidade do
cliente, que deve arcar com os custos relativos a material e mão de obra. E
mesmo com o prazo estipulado pela empresa, muitos moradores ainda estão usando
a fossa.

Em visita ao Bairro da Vitória, na região Noroeste, o Jornal
O Hoje constatou que a rede de esgoto já havia passado por lá, mas que havia
água parada nas ruas oriunda de descarte irregular de esgoto (da água da pia da
cozinha, máquinas de lavar). Neste bairro, o prazo para regulamentação das
ligações com a rede de esgoto ainda não foi encerrado. E muitos moradores ainda
não começaram as obras individuais, ainda utilizando a fossa por ser mais em
conta.

Morador

O funcionário Rogério Lacerda, de 39 anos, trabalha em um
quiosque de sorvetes no Bairro Vitória e mora no Setor Finsocial. Ele explica
que tanto no Vitória quanto onde mora, a população deseja essa medida de
saneamento básico, no entanto não estão preparados para esses custos e
transtornos. Ele afirma que taxas de impostos já estão sendo cobradas na conta
de água mesmo sem ter feito a ligação com a rede. E que os moradores deste
bairro tem 90 dias para regularizar, orienta a Saneago.

Rogério entende que a medida é necessária, mas que no seu lote,
por exemplo, que tem a extensão de 30 metros, é preciso furar a terra em uma
profundidade de 3 metros para passar a encanação desde o fundo do terreno até a
calçada. E que para uma obra como essa, ele precisaria derrubar paredes da sua
casa e perfurar seu quintal. O encanamento e a mão de obra são de custo do
morador.

No entanto, falta uma conscientização coletiva sobre as
melhorias sociais e ambientais trazidas pela rede de esgoto, que dentro de um
processo de saneamento básico, é um direito à saúde de cada morador. Segundo a
assessoria da companhia, quando concluídas, as obras vão elevar o percentual de
atendimento em esgoto dos atuais 87,6% para 93%, universalizando o serviço em
Goiânia.

O custo para manter uma fossa, como conta o senhor Valdivino
Cardoso, que trabalha neste ramo há 25 anos, são mínimos se comparado ao esgoto
coletado pelas redes, pois segundo o empresário, a limpeza dos dejetos custa
cerca de 150 reais e dependendo do uso, pode ficar anos sem precisar esvaziar a
fossa. Segundo ele, é necessário apenas o caminhão, que tem um dispositivo a
vácuo que recolhe esse conteúdo e despeja na Estação de tratamento de Esgoto
(ET) para ser tratado.

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