Crianças esperam por adoção temporária

Chamada de ‘apadrinhamento afetivo’, a adoção temporária é a chance que crianças têm de passarem o natal em um convívio familiar. Sete pedidos de apadrinhamento afetivo estão em curso no TJGO

Postado em: 07-12-2016 às 13h00
Por: Redação
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Chamada de ‘apadrinhamento afetivo’, a adoção temporária é a chance que crianças têm de passarem o natal em um convívio familiar. Sete pedidos de apadrinhamento afetivo estão em curso no TJGO

Wilton Morais

O apadrinhamento afetivo é uma espécie de adoção temporária.
Em Goiânia, crianças de seis a doze anos – que sofreram violência, abandono ou
outro tipo de trauma –, são acolhidas no Residencial Professor Niso Prego após
acompanhamento do Conselho Tutelar e da Justiça da Infância e Juventude. Conforme
a Juíza da Infância e da Juventude de Goiânia, Mônica Gioia, toda a equipe
envolvida no trabalho, se esforça para que os padrinhos se tornem uma
referência afetiva para as crianças ou adolescentes.

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“Se não for possível a inserção deles nessas famílias, que
os padrinhos possam lhes dar o apoio necessário até o desligamento do
‘abrigo’”, disse a magistrada. Neste ano, existem no Tribunal de Justiça do
estado de Goiás (TJGO), sete apadrinhamentos afetivos em curso. De acordo com a
Juíza, alguns padrinhos já manifestaram desejo de assumir os cuidados da
criança, acolhendo-a efetivamente em sua família por meio de um pedido de
guarda.

Apesar do apadrinhamento, realizado após um cadastro na
justiça, a coordenadora do abrigo Niso Prego, Aline Mariano conta que a criança
só vai para a adoção definitiva em último caso. “As crianças sentem falta da
família, necessitam de uma figura paternal, maternal. Procuramos a melhor forma
para que elas voltem ao lar. Na maioria dos casos, existe esse retorno”,
explicou. Quando a atitude que motivou a remoção da criança é reparada,
avaliações são realizadas para motivar o retorno à família. “Nem sempre o
apadrinhamento tem a intenção de guarda. Existem duas formas, com e sem
intenção. Mas essa é uma forma de auxiliar a criança com o convívio familiar”,
disse.

Mesmo com a evolução humana e o respeito ao próximo, a
coordenadora do Niso Prego, revela que ainda existem escolha de perfil por
parte dos padrinhos. “O critério do perfil ainda existe. Crianças com algum
tipo de deficiência, às vezes, não fazem parte da escolha. Outro caso, por
exemplo, é com relação aos que possuem mais irmãos no abrigo”, aponta.

“Os casos de violência física são os que mais comovem. Não
acusamos a família, mas observamos uma falha de todos em algum momento. Falta
de saúde, educação, entre outros fatores sociais, contribui. Porém, nada
Justifica uma violência”, revela Aline.

Apadrinhamento

Para ser um padrinho afetivo, uma pessoa ou um casal deve residir
na cidade do apadrinhado. O processo envolve entrevistas com psicólogos ou assistentes
sociais do programa. O candidato a ser padrinho também recebe visitas
domiciliares da equipe e deve participar do Curso de Preparação Psicossocial e
Jurídica no Processo de Adoção.

Para os que possuem interesse em apadrinhar uma criança para
as festividades de Natal e Ano Novo, o processo para 2016 já passou. Para 2017
e anos posteriores, as inscrições já podem ser realizadas no Juizado da
Infância e da Juventude de Goiânia.

Doações

O Residencial Niso Prego recebe, por parte da prefeitura,
donativos para a manutenção do espaço e para o cotidiano das 38 crianças, que
estão atualmente na casa. Apesar disso, doações de alimentos, roupas e
brinquedos são sempre bem-vindas. Para realizar a doação basta ligar no (62)
3524-1882 ou encaminhar a contribuição ao abrigo, localizado na Rua SC 06 APM
2B, Quadra 22, Setor Goiânia II. 

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