Segunda-feira, 01 de julho de 2024

Travestis ‘Divas’ da bandidagem são acusadas de formar quadrilha

Operação resultou na apreensão de armas e drogas e cerca de 20 pessoas foram levadas para prestar depoimento na Delegacia Estadual de Investigação de Homicídios (DIH)

Postado em: 21-12-2016 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
Imagem Ilustrando a Notícia: Travestis ‘Divas’ da bandidagem são acusadas de formar quadrilha
Operação resultou na apreensão de armas e drogas e cerca de 20 pessoas foram levadas para prestar depoimento na Delegacia Estadual de Investigação de Homicídios (DIH)

Caio Marx

A Polícia Civil realizou ontem (20) a Operação Divas com o objetivo de desarticular um grupo de travestis suspeitos de cometer homicídios em Goiânia. Vários mandados judiciais de prisão e de condução coercitiva foram cumpridos. É investigada também a participação dos integrantes com tráfico de pessoas e atos de exploração sexual. A ação resultou ainda na apreensão de drogas e armas. Foram encaminhadas em um ônibus 24 pessoas entre presos, testemunhas e vítimas para prestação de depoimento na Delegacia Estadual de Investigação de Homicídios (DIH).

De acordo com a Polícia Civil, as investigações sobre o grupo começaram há cerca de um ano, após cinco assassinatos de travestis no Setor São Francisco. Cinco suspeitos presos temporariamente com autorização da Justiça irão responder por organização criminosa, exercício ilegal da medicina e exploração sexual. Entre os presos está a chefe da organização criminosa que agia para evitar que novas concorrentes pudessem atuar no Bairro São Francisco.

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Segundo as investigações, as travestis eram aliciadas para realização de programas em pontos de prostituição no Setor São Francisco para pagamento dos procedimentos estéticos já realizados. Porém, segundo as travestis, as dívidas nunca eram sanadas, elas não conseguiam deixar de fazer programas para pagamento dos aliciadores. Durante a operação, foram apreendidos materiais utilizados para aplicação de silicone industrial em uma residência utilizada como clínica clandestina.

Com intuito de extrair todos os detalhes sobre as ações da organização criminosa, o delegado Thiago Martimiano realizou interrogatório com a chefe da quadrilha, além dos outros quatro presos na Operação Divas durante toda à tarde de ontem (20). A Polícia Civil também tomou depoimentos de testemunhas e vítimas das ações da quadrilha

Escravidao

Segundo a Polícia Civil, a prática dos aliciadores é considerada uma situação análoga á escravidão, já que as travestis viviam em condições subumanas. Além do fato, de o não cumprimento nos pagamentos e a tentativa de fuga das travestis ter gerado assassinatos durante o ano. Para o delegado, o grupo cobrava para que novas prostitutas e travestis trabalhassem na região. Como algumas não concordavam com a imposição, ocorreu uma disputa também por pontos na região.

Participaram ao todo da Operação Divas 52 policiais sobre coordenação do Delegado Thiago Martimiano.

 

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