Lacen dobra capacidade de exames para Zika

Os primeiros exames começaram a ser feitos em novembro

Postado em: 22-12-2016 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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Os primeiros exames começaram a ser feitos em novembro

O Laboratório Central de Saúde Pública Dr. Giovanni Cysneiros (Lacen), da Secretaria da Saúde de Goiás (SES-GO), é um dos primeiros laboratórios do País, a realizar o teste imunoenzemático (Mac Elisa), na fase aguda da doença, quando os sintomas se manifestam de forma incisiva. Com a nova metodologia, o Lacen dobra a capacidade por mês de realizar exames para zika, passando de 120 para até 240.

Dois técnicos do Lacen foram capacitados no Instituto Evandro Chagas, laboratório de referência nacional do Ministério da Saúde, em Belém (PA). Os primeiros exames começaram a ser feitos em novembro. A diretora-geral do Lacen, Maria Bárbara Helou Rodrigues, explica que, de fevereiro deste ano até o mês passado, o Lacen realizava somente o teste de biologia molecular pela metodologia RT-PCR para a detecção de zika, com a capacidade de 120 exames por mês.

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A grande importância em se implantar o Mac Elisa é que ele possibilita a testagem em períodos mais longos. Tal exame pode ser realizado em amostras coletadas na fase aguda da doença (preferencialmente entre o 6º e o 15º dia) com possibilidade de coleta, em até 90 dias, após o início dos sintomas. “Isso amplia a atual faixa de diagnóstico da infecção por zika realizada por testes moleculares, que detectam o vírus apenas nos primeiros dias da doença”, diz a coordenadora da Área de Biologia Médica do Lacen Carmen Ramos.

A farmacêutica-bioquímica do Lacen, Angela Argolo, doutora em Epidemiologia, ressalta que a implantação da nova metodologia beneficiará as pessoas que residem distante da capital. Para a detecção de IgM, especificamente, o material biológico coletado (soro) pode ser transportado em condições facilitadas de refrigeração, na temperatura de 2 a 8 graus. O exame é realizado exclusivamente no Lacen.

Prioridades

Inicialmente, o Lacen realizará até 120 exames Mac Elisa por mês. Serão priorizadas as coletas de gestantes sintomáticas, casos graves, quadros neurológicos e óbitos com suspeita de infecção pelo zika vírus. Ressalta-se que em uma situação epidêmica esta capacidade poderá ser ampliada.

O grande desafio para a realização deste diagnóstico laboratorial são os insumos, pois em sua maioria não podem ser adquiridos comercialmente, devendo ser, exclusivamente, fornecidos pelo Ministério da Saúde. Atualmente, o Lacen aguarda o fornecimento deste material para estabelecer a rotina em conjunto com o Serviço de Vigilância Epidemiológica, de todo o Estado de Goiás.

 Foto: reprodução (Goiás Agora)

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