Professor usa atletismo para inclusão social

O ex-atleta utiliza de seu conhecimento e experiência esportiva para executar programa educacional

Postado em: 30-12-2016 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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O ex-atleta utiliza de seu conhecimento e experiência esportiva para executar programa educacional

“O que me motiva é saber que meu trabalho muda a vida de crianças e o que recebo em troca é gratidão”. Essa é a história de vida de Sivirino Souza dos Santos, de 49 anos, professor da Escola Estadual Mercedes Zétola, de Aragarças, município situado na Região Noroeste de Goiás. Bem às margens do Rio Araguaia, crianças e adolescentes de baixa renda encontram nos treinos do atletismo uma nova perspectiva de vida. Formar campeões na vida é a meta de Sivirino.

O ex-atleta, que competiu em maratonas importantes no Brasil e no exterior, utiliza o conhecimento e a experiência para executar o Programa Desporto Educacional (Prodec). Desde 2014, a iniciativa já atendeu aproximadamente 200 alunos com idade entre 8 e 17 anos, na modalidade do atletismo.

Sivirino é morador da região e deixou o campo para viver em Barra do Garças (MT), município vizinho a Aragarças, aos 18 anos. Amigos o incentivaram a praticar maratonas e ele fez carreira como atleta. Foi vencedor da Maratona de Dourados – a mais antiga do Brasil -, vice-campeão da Maratona de Blumenau e terceiro colocado da Maratona Internacional de Curitiba. Entre 1994 e 2003, além das competições nacionais, Sivirino correu em Nova York e também na Argentina. “Fui um dos melhores maratonistas do Centro-Oeste”, diz, sem falsa modéstia.

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Graduado em Educação Física, o professor ingressou na Secretaria de Educação, Cultura e Esporte (Seduce) em 2006 como professor temporário. No ano seguinte foi efetivado por meio de concurso público, sempre trabalhando com educação física. Apesar da história vencedora, o maior orgulho dele é o Prodec, que contribui para a formação dos alunos, sobretudo como pessoas. “O mais interessante é a importância do esporte na vida da criança como ferramenta de transformação e inclusão de vida. Ele contribui para a formação educacional e pessoal, além da melhoria na saúde. Não é a medalha o nosso foco, a medalha é consequência. O legado que fica é a formação do ser bom profissional e do ser humano”, destaca.

Resultados

Durante os 12 anos de atuação em projetos esportivos, os atletas treinados por Sivirino já conquistaram 32 medalhas de ouro em competições sul-americanas, 56 medalhas de ouro em competições nacionais e quebraram seis recordes nacionais escolares. Também constam no currículo do professor o treinamento do 7º colocado na Paralimpíada de Pequim e do 5º colocado nos Jogos Olímpicos da Juventude 2010, em Singapura.

A diretora da Escola Estadual Mercedes Zétola, Alda Maria, afirma que o trabalho do professor tem mudado o comportamento dos alunos em sala de aula. Eles aprendem, diz ela, a importância de respeitar regras e do “compartilhar”. “Sempre falo que o Sivirino é um orgulho muito grande para a escola. Ele tem experiência enorme no atletismo e uma paixão muito grande pelo que faz. Ele trabalha com os meninos do jeito que eles gostam. Nós não conhecíamos o atletismo e [depois do projeto] começamos a entender o que significa o esporte na vida do aluno”, conta. (Goiás Agora)

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