Movimento em aeroportos e rodoviárias cai 8,2% neste ano, aponta pesquisa

Por conta da crise econômica em todo o país, algumas cidades apresentaram quedas nas vendas de passagem de avião

Postado em: 30-12-2016 às 11h07
Por: Sheyla Sousa
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Por conta da crise econômica em todo o país, algumas cidades apresentaram quedas nas vendas de passagem de avião

Bruna Policena

A movimentação de fim de ano nos aeroportos e rodoviárias de todo Brasil reduziram significativamente de alguns anos para cá. E no Aeroporto Santa Genoveva da capital não está diferente. Em pesquisas de estimativas para este ano, a Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero) espera que 222,9 mil pessoas passem pelo aeroporto neste fim de ano.

Juntamente com o Ministério do Transporte, a Infraero faz uma estimação para preparar os portos para a alta temporada, que é definida entre as datas de 14 de dezembro a 8 de janeiro. A assessoria da empresa detalhou ao O Hoje que no mesmo período no ano passado passaram 241,2 mil passageiros no aeroporto e a estimativa para este ano é uma queda de 8,2%.

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Motivos

Por conta da crise econômica instalada em todo país, muitas cidades também apresentaram quedas nas vendas de passagem de avião. Em novembro de 2016 o Aeroporto Tenente-Coronel-Aviador César Bombonato, da cidade de Uberlândia teve a pior movimentação desde 2013, com um volume de 9,73% menor do que no mesmo período do ano passado. 

A redução das viagens já está mexendo com o comércio logístico, hoteleiro e principalmente o turístico em todas as cidades brasileiras. Em Goiânia, o turismo não é muito forte, mas a queda nas vendas de passagens foi significativa, e mesmo com o novo aeroporto, capaz de receber um fluxo mais intenso de usuários, este ano já está atendendo um número bem menor de passageiros.

As passagens mais caras e os salários reduzidos, que não acompanham as contas de fim de ano, impediu que muitas famílias viajassem ou mudassem os planos para ir de veículo próprio para destinos mais pertos. É o caso da família da Amyne Aille, que já estão prontos para viajar com destino a Porto Alegre.

Amyne disse que mesmo se preparando financeiramente para a viagem, e comprando as passagens com antecedência, percebeu que os preços aumentaram muito em comparação ao ano passado. E sua mãe Edna Lúcia Canedo, de 57 anos, que é servidora pública e ainda não recebeu seu salário, relata que não é fácil viajar com a família contando apenas com o cartão de crédito.

A família também confirmou que não passa despercebida a redução no movimento em véspera de ano novo, que segundo Amyne está muito fraco. Em visita ao local, O Hoje constatou que o aeroporto encontra-se realmente muito vazio e aparentemente, a classe média baixa não optou por viajar de avião este ano. 

Concluída via de acesso a BR-153

No dia 17 de novembro deste ano O Hoje visitou o novo aeroporto, inaugurado no dia 21 de maio, e constatou que havia obras inacabadas de acesso, em que por falta de uma via de acesso lateral para a BR-153, usuários e taxistas enfrentavam problemas e falta de segurança ao utilizar desvio improvisado.

A empresa que ganhou a licitação ainda não tinha começado as obras dos dois viadutos propostos no projeto inicial, que ligaria o aeroporto à BR-153. E as sinalizações indicadas dentro do perímetro conduziam passageiros e taxistas a uma rua sem saída. No entanto, para a alta temporada foi feito uma via de acesso lateral, e colocadas novas sinalizações na BR que indicam o caminho mais fácil de acesso ao aeroporto.

Recém feita, a via ainda está com asfalto úmido e com sinalizações luminosas improvisadas, mas de qualquer forma já facilitou o acesso para os usuários. Amyne e sua família relatam que vieram por um caminho que passa por dentro da cidade, e ainda encontraram dificuldade de acessar o aeroporto só com as placas. 

E mesmo com a nova via, as placas que orientam o usuário dentro do perímetro do aeroporto ainda estão muito confusas para quem é passageiro de primeira viagem. Após a saída do novo terminal, o condutor se depara com várias placas de sinalização e uma delas indica para a BR 153, que é a escolha da maioria dos motoristas.  A via que não tinha saída, relatada pela matéria do jornal, agora é o acesso para a BR. 

 

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