Passagem de ônibus deve chegar a R$ 4, em Goiânia

Estudos são realizados por empresas de transporte. Em outras capitais protestos acontecem diariamente

Postado em: 05-01-2017 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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Estudos são realizados por empresas de transporte. Em outras capitais protestos acontecem diariamente

Wilton Morais

As empresas do transporte público de Goiânia já começaram a realizar os estudos para o aumento da tarifa de embarque nos ônibus da cidade. A Companhia Metropolitana de Transportes Coletivos (CMTC) deve anuncia nos próximos dias quando serão realizadas as primeiras reuniões para definir o valor. Seguindo a atualização anual conforme índices inflacionários são considerados variações do preço do óleo diesel e a variação do salário dos motoristas. Preços de peças dos ônibus e o índice de passageiros por quilômetros rodados também são analisados para calcular o novo valor. Em geral, a tarifa do transporte para a capital e outros 17 municípios da região metropolitana é reajustada no mês de fevereiro de cada ano.

De ano para ano, desde 2008, a passagem não teve aumento superior a R$ 0,50. Caso a tendência permaneça, a passagem para 2017 deve ficar em torno de R$ 4. Para o economista Marcus Teodoro, o valor não deve ultrapassar essa estimativa, considerando o reajuste dos critérios utilizados para a atualização da tarifa. Apenas no primeiro semestre de 2016, a redução de passageiros no transporte foi de 11%, conforme o Sindicato de Empresas de Transporte Coletivo Urbano de Passageiros de Goiânia (SET). “As empresas não podem aumentar muito devido à queda no número de passageiros. Se aumentar a tendência será de maior queda”, disse o especialista. 

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“Por um lado o ajuste pode parecer caro, por outro é barato. Os R$ 4 para fazer 8 quilômetros por exemplo é barato, comparado ao carro. O que pega é a quantidade de vezes que o pessoal vai trocar de condução”, complementa. Marcus também considera a dependência do transporte. “Isso acaba sobrecarregando o custo. Nosso estado não tem metrô e sistemas mais dinâmicos. Agora que estão implantando as ciclovias”, disse.

No ano passado, a passagem passou de R$ 3,30 para R$ 3,70. Reajustado em fevereiro, a atualização aprovada pela Câmara Deliberativa de Transportes Coletivos (CDTC) seguiu o contrato que define o reajuste a cada 12 meses. 

Outros Estados

Desde a terça-feira (3), o valor da passagem foi reajustado em Minas Gerais. O valor das principais linhas e as troncais, de Belo Horizonte subiu de R$ 3,70 para R$ 4,05. Já as linhas alimentadoras tiveram reajuste de R$ 2,65 para R$ 2,85. O reajuste das passagens chega a 9,4% em relação aos valores anteriores. O cidadão de bem que costuma andar no transporte de Belo Horizonte já tem reclamado da falta de melhorias diante ao aumento, que não deverá ser revisto pelo novo prefeito da cidade. O Movimento Passe Livre e integrantes do Movimento Tarifa Zero realizaram manifestação contra o aumento da passagem na Praça Sete, região hipercentro de Belo Horizonte.

No estado de Pernambuco, a capital Recife irá discutir o reajuste com as empresas já na sexta-feira (6). De acordo com a empresa Urbana-PE, o percentual pedido pela companhia será de 33,9%, o que elevaria a passagem do anel A de R$ 2,80 para R$ 3,75, e o anel B de R$ 3,85 para R$ 5,15. A justificativa das empresas e uma defasagem histórica seguida desde 2006, o aumento acumulado das passagens foi de 69,7% enquanto o custo das operadoras com pessoal subiu 120,7%. 

No distrito Federal as tarifas subiram de R$ 2,25 para R$ 2,50; de R$ 3 para R$ 3,50 e de R$ 4 para R$ 5, conforme a modalidade utilizada e os trechos das linhas. Já na última segunda-feira (2), cerca de 400 estudantes realizaram um protesto contra o aumento da passagem. O ato começou na Rodoviária do Plano Piloto e seguiu em por importantes ruas do centro da capital. 

 

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