Mato alto e lixo invadem região do Córrego Caveirinha

Despejo irregular de lixo próximo ao manancial poluem as águas e contribuem para a degradação

Postado em: 05-01-2017 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
Imagem Ilustrando a Notícia: Mato alto e lixo invadem região do Córrego Caveirinha
Despejo irregular de lixo próximo ao manancial poluem as águas e contribuem para a degradação

Renan Castro

A situação em volta do Córrego Caveirinha, na Região Norte de Goiânia, demonstra o descaso do poder público e dos próprios moradores com relação ao manancial. Ao longo do córrego, lixo de todo tipo pode ser encontrado desde entulho de construção até animais mortos. O mau cheiro ocasionado pelo despejo irregular de resíduos domésticos e industriais é possível ser sentido a todo instante somado ainda as bocas de lobo abertas que podem poluir as águas do Caveirinha, que faz parte da bacia do Rio Meia Ponte.

Moradores do Setor Parque das Flores afirmam que o despejo de lixo próximo ao córrego é comum e, na maioria das vezes, praticado por pessoas da própria região. “As ruas desertas são as mais escolhidas para o despejo de lixo. Muitos aproveitam quando anoitece e procuram alguma viela para fazer esse tipo de coisa”, afirma um morador que prefere não se identificar. 

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Todo o lixo despejado próximo ao córrego vai para dentro das águas quando chove e no curso das águas é possível observar o resultado da falta de consciência. Pneus, tênis, roupas, garrafas pet, e até um vazo sanitário foi avistado pela reportagem de O Hoje ao longo do Caveirinha. Na Alameda Humaitá e nas Ruas RH7 e RH6 no Residencial Humaitá, o lixo e o mato alto tomam conta e trafegar por elas é quase impossível.

Edivaldo Cardoso, 55, mora em uma chácara no Setor Parque das Flores há mais de 25 anos. A propriedade, que conta com algumas cabeças de gado bovino, é cortada pelo Córrego Caveirinha. Devido à irresponsabilidade de quem joga lixo próximo ao manancial, Edivaldo conta que já tentou de todas as formas alertar a população do setor, mas foi em vão. “Em quase todas as ruas ocorre o despejo de lixo. Tem vez fica muito pior. Os animais que eu crio aqui vão todos beber água no córrego e essa sujeira pode prejudicá-los”, revela. Mesmo com todos os problemas, ele conta que na parte que corta sua propriedade tenta deixar o mais limpo possível. “Mas o lixo que vem descendo o córrego não posso evitar e vai ficando muita imundície pelas margens ou presas nos galhos das árvores mais baixas”, lamenta.

Com relação ao lixo nas ruas próximas ao córrego, a Companhia de Urbanização de Goiânia (Comurg) ainda na gestão passada havia informado que enviaria uma equipe para analisar os locais citados pela reportagem e ver o que pode ser feito, mas até ontem nada havia sido feito. O órgão destacou também que entulho é de responsabilidade do gerador, contudo, como tem pessoas que preferem jogar na rua para reduzir despesas, deixam o serviço para o poder público. 

Conscientização

De acordo com o delegado titular da Delegacia Estadual de Repressão a Crimes Contra o Meio Ambiente (Dema), Luziano de Carvalho, falta conscientização da sociedade há ainda muito discurso e pouca prática por parte do poder público. “O hábito de selecionar o lixo em casa e destinar ao local adequado não faz parte da nossa cultura. A lei maior que existe é a nossa consciência e se ela não funcionar não tem jeito”, ressalta.

Luziano conta que todos podem contribuir para evitar esse tipo de crime contra o meio ambiente. “Além de não jogar lixo em locais onde não deve é importante também ficar atento e se possível filmar ou fotografar alguém que esteja cometendo esses atos de degradação. Anotar a placa do carro que fizer despejo irregular é uma informação que pode levar a algum suspeito”, aponta o delegado.

 

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