Pais reclamam por não conseguir vagas em Cmeis

Aumenta reclamações em Conselhos Tutelares da capital pelos pais que não conseguem vagas para os filhos nas creches municipais

Postado em: 06-01-2017 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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Aumenta reclamações em Conselhos Tutelares da capital pelos pais que não conseguem vagas para os filhos nas creches municipais

Caio Marx

A maioria dos pais que pretendem matricular seus filhos em Centros Municipais de Educação Infantil (Cmeis) da grande Goiânia sofrem com a falta de vagas. A lista de espera para vagas em creches são enormes e pouquíssimas crianças são contempladas durante o ano. O déficit oficial nessa modalidade de ensino ultrapassa as três mil vagas, só em Goiânia, mas se especula que esse número possa chegar a 10 mil vagas.

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Em entrevista a reportagem do O Hoje, o conselheiro Hipólito Araújo, alega que desde dezembro, cerca de 300 famílias ja procuraram o Conselho Tutelar da Região Norte para pedir ajuda. Algumas famílias afirmam que o cadastro realizado exclusivamente pela internet desapareceu. Segundo o conselheiro, a partir do dia 17 deste mês a demanda dos pais que buscam o conselho sofre um aumento, em função da não contemplação de várias crianças.

O conselheiro enfatiza que atende cerca de 10 casos por dia de pais que não conseguem vagas nos Cmeis. “Ontem atendemos um pai que tem dois filhos gêmeos, uma criança foi contemplada com a vaga e o outro não. Segundo o pai, não tem como ele voltar a trabalhar com apenas um filho estando no Cmei, além do fato, dos dois irmãos serem muito apegados e um sentiria muito a falta do outro durante o dia”, afirma Hipólito Araújo.

Rogério Rocha também luta com a esposa Adriana para matricular a filha Yasmin, de dois anos, em um Cmei da capital. Rogério afirma que foi informado pela prefeitura que a criança não foi contemplada com a vaga, agora o nome dela ficará em uma lista de espera. “Nós já ligamos várias vezes para a prefeitura, a fim de saber se conseguiremos a vaga, porém, várias tentativas sem sucesso e somente ontem nos informaram que a vaga não surgiu. Minha esposa tem uma proposta de emprego para dar resposta até a próxima quarta-feira, mas se não surgir à vaga em um Cmei, ela terá que recusar a oferta para cuidar da nossa filha em casa”, lamenta Rogério Rocha.

Alternativas

Com essa falta de vagas nos Cmeis, vários pais recorrem a creches particulares com mensalidades altíssimas ou procuram as “mães crecheiras”, que cobram um valor mais baixo. É o caso da costureira, Cristiane Oliveira, de 32 anos, ela afirma que está lutando para matricular a filha Manoela, de três anos, em um Cmei. Depois de diversas tentativas sem sucesso, Cristiane irá economiza para pagar uma “mãe crecheira”, mulheres que se dispõem a cuidar das crianças da região.

“Depois de diversas tentativas de conseguir vaga para minha filha em um Cmei, decidi deixa – lá na casa da dona Teresa, uma senhora que mora com as filhas e faz esse trabalho de cuidar das crianças do nosso bairro. Vou pagar á ela R$ 200 por mês, mesmo assim, sai em conta, pois todas as creches regularizadas da região, o valor é geralmente o dobro que irei pagar, além do fato de todos do bairro confiarem na dona Teresa”, enfatiza a costureira.

Projetos

O déficit em Cmeis motivou a vereadora Sabrina Garcêz (PMB) a propor implantação já neste ano de um projeto chamado “Mãe Crecheira” criando creches domiciliares em toda cidade. Em esclarecimentos ao O Hoje, a vereadora informou que o projeto tem como objetivo atender de forma alternativa crianças que ficarão sob responsabilidade de mulheres que terão suporte financeiro e serão capacitadas pelo município, que também terá a função de fiscalizar a atividade.

De acordo com a vereadora, a medida visa em médio prazo ocasionar um alívio para a prefeitura que não consegue suprir a demanda das mães que precisam trabalhar, mas não tem onde deixar seus filhos. O projeto já deu certo em outras cidades do país como Diadema em São Paulo e Nova Iguaçu no Rio de Janeiro. A proposta conta com a participação das secretarias municipais de Educação, Cidadania e Ação Social para capacitação das mulheres.

 

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