Quinta-feira, 28 de março de 2024

Perímetros urbanos das BRs 153 e 060 registraram 14 atropelamentos em 2016

Imprudência de condutores e pedestres contribui para a ocorrência de atropelamentos

Postado em: 16-01-2017 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
Imagem Ilustrando a Notícia: Perímetros urbanos das BRs 153 e 060 registraram 14 atropelamentos em 2016
Imprudência de condutores e pedestres contribui para a ocorrência de atropelamentos

Renan Castro

Apressado para atravessar uma BR sem percorrer todo o percurso na passarela, um homem se arrisca ao esperar que o movimento de carros diminua na rodovia. Logo após, ele correr para chegar ao outro lado e por pouco não é atropelado por um caminhão. Os minutos que ele ganhou por não usar a passarela quase não seriam aproveitados. A cena descrita aqui é comum em todas as rodovias do Brasil. 

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Mesmo com a velocidade máxima permitida reduzida nos perímetros urbanos das BRs que cortam todos os municípios do País, a imprudência, tanto de condutores quanto de pedestres, ocasiona acidentes e atropelamentos. Ainda que existam passarelas que permitem ao pedestre atravessar a rodovia em segurança, muitos insistem em chegar ao outro lado da via correndo risco de serem atropelados.

De acordo com a Polícia Rodoviária Federal (PRF), em Goiânia, no ano passado, 13 pessoas foram atropeladas e tiveram ferimentos graves no perímetro urbano da BR-153. Outras quatro ficaram feridas levemente. Na BR-060 foi registrado um atropelamento. Em janeiro de 2016, um operário morreu atropelado por uma estudante de 22 anos no perímetro urbano da BR-153, na capital. Segundo a PRF, o álcool é um vilão que ganha destaque em muitos casos por que envolve embriaguês não só do condutor, mas também do pedestre. Por exemplo, o órgão já atendeu casos de pessoas atropeladas por caminharem alcoolizadas às margens da rodovia.

Em julho do ano passado entrou em vigor a Lei 13.290/2016, conhecida como Lei do Farol Baixo, e obrigou os condutores a manterem os faróis baixos ligados durante o dia nas estradas. Até a lei passar a valer, o uso de farol aceso só era exigido para todos os veículos durante a noite e em túneis, independentemente do horário do dia. Para as motos, o uso das luzes já era obrigatório durante o dia e a noite. A PRF afirma que o número de atropelamentos diminuiu com a nova lei por que os pedestres passaram a avistar o veículo mesmo estando muito longe. Antes da lei, de acordo com o órgão, as pessoas atravessavam as rodovias, principalmente, sem perceber que vinha um carro. 

O Departamento Estadual de Trânsito de Goiás (Detran-GO) ressalta que andar às margens de rodovia é perigoso e recomenda aos pedestres que façam caminhada em locais onde o movimento de veículos não ofereça riscos. Nas pistas marginais, conforme o órgão, o mais seguro é caminhar sempre na calçada e de frente para o sentido do tráfego, além de usar roupas claras, principalmente à noite, que ajudam muito na visualização dos motoristas. O Detran ressalta também a importância de praticar esportes – ciclismo, caminhada ou corrida, por exemplo –  em locais apropriados como parques, bosques ou centros esportivos.

HUGO recebe 53 vítimas de atropelamentos por mês 

O Hospital de Urgências de Goiânia (HUGO) recebeu em 2016 um total de 642 vítimas de atropelamentos. Ou seja, 53 pessoas deram entrada no hospital por mês. O número se refere a atropelamentos ocorridos em Goiânia e em outras cidades do estado. Em comparação com o ano de 2015, houve uma redução de 33,5%. Ainda assim, os dados mostram como o trânsito em Goiás ainda é muito perigoso. 

Ano passado a Organização Mundial da Saúde (OMS) divulgou estimativas de que no Brasil ocorrem 23,4 mortes no trânsito para cada 100 mil habitantes. Os dados mostraram que o País tem o quarto pior desempenho da América e ficou atrás apenas de Belize, República Dominicana e Venezuela. A OMS calculou também que até 2030, cerca de 1 milhão pessoas poderão perder a vida no trânsito em todo o mundo se  a situação continuar no ritmo em que está.

 

 

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