Jovens que cumprem medidas socioeducativas terão carteira de trabalho assinada

Os jovens, entre 15 e 17 anos, cumprem medidas em uma unidade de internação

Postado em: 16-01-2017 às 10h48
Por: Renato
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Os jovens, entre 15 e 17 anos, cumprem medidas em uma unidade de internação

Cerca de 330 jovens que cumprem medidas socioeducativas no
Rio de Janeiro foram selecionados para o Programa Aprendiz na Medida, do
Ministério do Trabalho, e terão a carteira de trabalho assinada nesta
segunda-feira (16). Os jovens têm entre 15 e 17 anos e cumprem medidas dentro
de uma unidade de internação do Departamento Geral de Ações Socioeducativas
(Degase), na Ilha do Governador, zona norte do Rio. Entre os selecionados, há
meninos e meninas que cumprem medidas nos regimes aberto, semiaberto e fechado.

Segundo o diretor do Departamento de Políticas Públicas para
a Juventude, do Ministério do Trabalho, Higino Brito Vieira, além de qualificar
estes jovens, o programa pretende reconduzi-los à sociedade de maneira que se
sintam prestigiados.

“Além de todo esse contexto de aprendizagem e qualificação
que eles receberão, o mais importante é que eles se sintam reconduzidos à
sociedade de maneira correta, sem cometer deslizes. É importante que eles vejam
que isso é possível. Estamos passando por um momento tão delicado no cenário
prisional de nosso país que medidas como essas são muito importantes para que
eles tenham a autoestima elevada e acreditem que podem sim ser inseridos no
mercado de trabalho”, disse.

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Os jovens selecionados assistirão as aulas de dentro do
próprio Degase e receberão base teórica para colocar o aprendizado em prática.
Assim, ao reconquistar a liberdade, já terão uma profissão.

As aulas começam em 30 de janeiro e duram 12 meses. Os
jovens selecionados poderão escolher entre quatro profissões: pizzaiolo, promotor
de vendas, barbeiro e manicure. Além disso, todos terão aulas de assistente
administrativo e Microempreendedor Individual (MEI), para que saibam também
como administrar um negócio. Os cursos serão ministrados por professores do
Instituto Federal do Rio de Janeiro (IFRJ), que é referência em educação
profissional.

“Estamos observando tudo que está sendo feito para replicar
posteriormente em todo o país. Felizmente nós contamos com a ajuda de parceiros
da iniciativa privada, o que facilita muito este trabalho. Acreditamos que o
programa será um sucesso e logo estará presente em vários locais”, comentou
Vieira.

A carga horária dos adolescentes será de quatro horas
diárias, divididas entre as aulas teóricas e o trabalho prático. A remuneração
deles será proporcional ao salário mínimo. E quem ficará responsável por esse
pagamento serão empregadores que não estavam cumprindo a Lei da Aprendizagem
(Lei nº. 10.097/2000), que obriga empresas de médio e grande porte a contratar,
como aprendizes, adolescentes e jovens entre 14 e 24 anos.

Foto: (Reprodução) 

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