Horta auxilia no tratamento de dependentes químicos

Inicialmente estão sendo criadas duas hortas, com 12 canteiros de aproximadamente quatro metros cada

Postado em: 17-01-2017 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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Inicialmente estão sendo criadas duas hortas, com 12 canteiros de aproximadamente quatro metros cada

Da redação 

Os dependentes químicos que buscam tratamento no Centro de Referência e Excelência em Dependência Química, o Credeq Prof. Jamil Issy, encontram naquele espaço, localizado em Aparecida de Goiânia, diversas atividades que os ajudam na recuperação. Entre elas, está o cuidado diário de uma horta, que faz parte do projeto terapêutico.

Segundo a terapeuta ocupacional do Credeq, Stefania Siqueira, este projeto trabalha o engajamento, a autoestima, o cuidado e a responsabilidade dos internos, mas vai muito além disso. O projeto também tem uma grande importância na capacitação e profissionalização desses pacientes. Isso porque a Agência Goiana de Assistência Técnica, Extensão Rural e Pesquisa Agropecuária (Emater) disponibiliza suporte profissional e promove cursos profissionalizantes, em que os são ensinadas técnicas de horticultura. Stefania ressalta que os internos saem de lá com certificados dos cursos, o que pode ajudá-los no mercado de trabalho e no processo de reinserção social.

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A terapeuta ainda informa que os internos recebem a visita dos familiares aos sábados, momento em que fazem a colheita e dão de presente parte do cultivo da horta. Outro projeto, chamado Quintal Legal, realizado desde que o Credeq foi criado em junho de 2016, tem o objetivo de presentear as famílias também, mas dessa vez com mudas.

Inicialmente estão sendo criadas duas hortas, com 12 canteiros de aproximadamente quatro metros cada. Estão sendo cultivadas hortaliças, tubérculos e plantas medicinais. Para o futuro, a parceria com a Emater prevê a viabilização de outros projetos, como o do Pomar e da Lavoura Comunitária.

Alimentação equilibrada

A iniciativa da horta ainda promove uma alimentação mais equilibrada para os internos do Credeq. O que eles plantam e colhem vão direto para a cozinha do Centro e fazem parte da alimentação diária deles. A nutricionista clínica Cibele da Silva explica que deve ser trabalhada a reeducação alimentar dos internos desde o momento em que chegam ao Credeq.

“O papel da nutrição na dependência clínica é acompanhar todo o processo de tratamento. Fazemos uma avaliação inicial, onde são avaliados o peso, o metabolismo e as condições nutricionais. Se houver necessidade se faz a modificação da dieta desse paciente”, explica.

Ela diz que a maioria dos pacientes chega ao Centro sem refeições padronizadas, sem alimentação adequada e há vários dias comendo qualquer coisa ou até desnutrido, e daí a necessidade de uma alimentação balanceada e equilibrada para evitar as recaídas da dependência química.

“Sabemos que se a pessoa tiver uma alimentação balanceada em horários certos, isso é um preventivo contra a dependência química. Muitos não têm café da manhã, pulam refeições e com isso tem o fator de estresse e o metabólico. Às vezes ele não sabe que está com fome e essa sensação pode ser confundida com a sensação de desânimo, depressão, de ansiedade, então ele busca na droga uma melhoria que às vezes é só uma sensação de falta de nutrientes”, explica Cibele. De acordo com a nutricionista, todos os pacientes aderem a esta alimentação mais saudável porque começam a se sentir melhor.

 

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