Descaso com a sinalização causa acidentes em lagos

Caio Marx

Nesta época do ano ocorre um aumento na procura dos goianos por locais de recreação às margens de rios, lagos e represas, essa demanda gera possibilidade de graves incidentes. A maioria dos lagos da Grande Goiânia não possui placas de advertência ou placas sinalizando os perigos do local como desníveis no solo, redemoinhos e correnteza. Esse descaso com a sinalização faz com que se torne rotineiro os casos de afogamento em lagos e represas locais, principalmente nas regiões periféricas da capital.

De acordo com o delegado Luziano Severino de Carvalho, da Delegacia Estadual de Repressão a Crimes Contra o Meio Ambiente (DEMA), os locais intitulados como reservas estão devidamente sinalizados sobre a proibição para os banhistas e as placas de advertência são espalhadas a cada 200 metros. Segundo o delegado, as fiscalizações são realizadas frequentemente por agentes e caso seja flagrado o descumprimento da lei, a pessoa será encaminhada à delegacia.

O caso mais recente ocorreu no último sábado (14) quando um carpinteiro de 44 anos se afogou ao cair em um lago do Setor Jardim Buena Vista IV, em Goiânia. Segundo a Polícia Militar, um amigo da vítima informou que o homem bateu a cabeça no concreto quando tentou saltar de uma plataforma às margens da barragem. O lago possui cerca de 8 metros de profundidade e a vítima já caiu inconsciente na água. Ainda de acordo com a PM, o local não possui placas de advertência ou cerca de contenção ao redor.

Também na última sexta-feira (13), o corpo de um homem de 30 anos foi encontrado em um lago na Rua BV-34, no Residencial Jardim do Lago, em Senador Canedo. Segundo o Corpo de Bombeiros, o homem havia ingerido bebida alcoólica com um amigo e decidiu entrar no lago, como a vítima não retornou, o amigo acionou os bombeiros. O corpo da vítima foi encontrado somente uma hora após o sumiço por uma equipe de mergulhadores.

Segundo o Soldado Aguiar do Corpo de Bombeiros Militar do Estado de Goiás (CBMGO) a falta de sinalização em lagos e represas podem gerar acidentes fatais, uma vez que estes locais escondem uma série de surpresas, como a existência de pedras, galhos de árvore e barrancos desnivelados ao longo do curso da água. Segundo o Soldado, as três principais causas de afogamento são banhistas embriagados, aventuras em áreas desconhecidas e crianças sem a supervisão de adultos.

A reportagem do O Hoje entrou em contato com a Agência Municipal do Meio Ambiente (AMMA) para informações sobre possíveis projetos para sinalização dos lagos e represas goianas, porém, fomos informados que no momento não falariam sobre o assunto.